Abrapp publica resultados da pesquisa “Riscos do Sistema de Previdência Complementar Fechada”

Adriana de Carvalho Vieira

A Comissão Técnica de Governança e Riscos da Abrapp (regional Sudeste) realizou uma inédita pesquisa sobre os “Riscos do Sistema de Previdência Privada Complementar Fechada”. Os resultados foram apresentados na reunião da Diretoria da Abrapp realizada no último dia 10 de março pelo consultor e mestre em Direito e Finanças Carlos Alberto Barros, que participou da elaboração da pesquisa. O relatório com resultados e análises está publicado no portal da Abrapp – clique aqui para acessar.

Responsável pelo acompanhamento da CT de Governança e Riscos da Abrapp, o Diretor Executivo Carlos Alberto Pereira explicou que se trata de uma pesquisa de alto nível que resultou em um importante trabalho de mapeamento dos riscos do sistema de entidades fechadas (EFPC). Ele disse que seus resultados servem como referência de evolução pois a proposta é que sejam realizadas próximas edições da pesquisa, e que terá diversas utilidades, como por exemplo, para utilização por outras comissões técnicas e para o levantamento de temas para os encontros regionais.

Presentes à apresentação, Marcelo Côrtes da Cruz e Rafael Castro, que são os Coordenadores da CT de Governança e Riscos Regional Sudeste, titular e suplente, respectivamente, agradeceram ao apoio da Diretoria da Abrapp e demais membros da comissão.

Adriana Carvalho Vieira, Secretária Executiva da CT de Governança e Riscos agradeceu o apoio da diretoria, da equipe da Abrapp e dos membros da CT Regional Sudeste que participaram da elaboração da pesquisa e conclusões. Ela ressaltou o alto nível de participação das associadas da Abrapp. A pesquisa recebeu respostas de 88 entidades, o que representa 36% do total. O levantamento foi realizado entre os dias 20 de agosto e 6 de setembro de 2021. “Tivemos um nível de respostas acima da média. Foi importante também que as respostas representam um universo heterogêneo com a presença de entidades de todos os portes, regiões e tipos”, disse.

“É um trabalho inédito de mapeamento que pode apontar caminhos para a atuação da Abrapp e também da Previc, que poderão propor ações objetivas para a mitigação dos riscos”, diz Adriana Carvalho. Ela destaca o objetivo de se alcançar uma utilização prática dos resultados do levantamento com a identificação dos riscos ao longo de pelo menos 3 anos. A Secretária Executiva diz que a pesquisa pode contribuir para o aperfeiçoamento da governança das entidades e da própria supervisão do setor realizada pela Previc.

O consultor Carlos Alberto Barros destacou que, entre os objetivos do trabalho, está a compreensão da preocupação das associadas sobre os riscos enfrentados por elas, para entender quais as aflições do sistema, provendo o desenvolvimento de ações com objetivo de diminuí-las.

Principais resultados – O relatório da pesquisa produziu um ranking dos principais riscos do sistema de EFPCs. Os cinco maiores riscos apontados foram os seguintes: macroeconômico, taxas de juros, desempenho dos investimentos, regulamentação e cibernético. O relatório traz análises sobre os resultados com cortes por regionais, por porte de patrimônio das entidades, por número de planos, tipo de patrocínio (Leis 108 e 109), por quantidade de colaboradores, tipo de gestão (interna, terceirizada ou mista).

O consultor analisou no relatório da pesquisa que a difícil situação econômica e financeira macroeconômica foi a principal preocupação do sistema, com alguns desafios para a rentabilidade dos investimentos após graves momentos da pandemia, como a demanda reprimida, pressão inflacionária, gargalos nas cadeias de suprimentos e instabilidade em várias regiões.

As incertezas a respeito da economia global e da taxa de juros, fizeram com que os riscos macroeconômico, taxa de juros e desempenho dos investimentos, ocupassem respectivamente o topo do ranking. Eles também estiveram entre os cinco primeiros, quando analisado o resultado do ranqueamento de riscos de cada uma das regionais da Abrapp.

A contínua agenda de mudanças nas normas que atingem as EFPC colocou o risco de regulamentação no quarto lugar do ranking geral. A preocupação com o risco cibernético ocupa o quinto lugar no ranking, refletindo o momento de adaptação à era digital e à Lei Geral de Proteção de Dados.

A Abrapp pretende realizar um webinar no primeiro semestre de 2022 e uma nova rodada da pesquisa em agosto. A ideia é que o trabalho seja apresentado no 43o Congresso Brasileiro da Previdência Privada.

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