A Abrapp e o Sindapp promoveram a realização da Solenidade do Dia do Aposentado 2022 nesta quarta-feira, 26 de janeiro, com um concorrido evento com transmissão online e ao vivo. Na abertura do evento, o Diretor-Superintendente da Previc, Lúcio Capelletto, o Subsecretário do Regime de Previdência Complementar (SURPC), Narlon Gutierre Nogueira, ao lado do Diretor-Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, todos eles destacaram a solidez e a resiliência da governança do sistema de Previdência Complementar Fechada que continuou pagando em dia cerca de R$ 70 bilhões em benefícios anualmente mesmo em pleno período de pandemia enfrentada nos últimos dois anos.
Tradicional evento que marca a abertura do calendário anual de eventos do sistema Abrapp, o Dia do Aposentado deste ano trouxe a expressiva marca de 76 homenageados (recorde do formato online) entre assistidos indicados pelas associadas. Outra marca significativa foi a audiência de mais de 1,2 mil internautas. “É o evento mais significativo de nosso sistema, tanto é que abre nosso calendário anual, pois celebra a materialização da finalidade de nossas associadas”, disse Luís Ricardo na abertura. Ele lembrou os 99 anos anos do surgimento da legislação da Previdência Social (Lei Eloy Chaves de 1923) e os 43 anos da Lei 6435/77, que instituiu a Previdência Complementar Fechada nos moldes atuais.
O Diretor-Presidente da Abrapp agradeceu a presença dos representantes da SURPC e da Previc, Lúcio Capelletto. “Também destaco o altíssimo nível de diálogo com a Secretaria de Previdência e a Previc que temos mantido ao longo dos últimos anos para promover o aperfeiçoamento das regras e funcionamento de nosso sistema”, comentou. Ele citou também a relevância das palestras programadas para o evento, de Nilton Molina, Presidente do Conselho de Administração da MAG Seguros, e que recentemente lançou o livro autobiográfico “O Vendedor de Futuros”, e do médico especialista em geriatria e qualidade de vida, Marcos Cabrera.
Em sua apresentação, Luís Ricardo destacou a resiliência e solvência do sistema de EFPC, como o único veículo da economia doméstica focado na poupança de longo prazo. Os resultados satisfatórios alcançados mesmo em período de crises e de pandemia foram alcançados graças aos alto grau de profissionalismo dos dirigentes e governança das entidades, e que a Abrapp tem concentrado esforços para seu contínuo aperfeiçoamento. Uma das iniciativas recentes, citadas pelo Diretor-Presidente, é a elaboração do novo Código de Autorregulação que tratará da qualificação e certificação de dirigentes e profissionais do setor.
O representante do sistema voltou a defender ações de fomento da poupança de longo prazo com a criação de políticas fiscais e regras tributárias mais adequadas para o incentivo da cobertura dos planos. Disse que a Abrapp tem trabalhado arduamente para o desenvolvimento de uma nova previdência complementar, com o incentivo ao surgimento de produtos mais simples de flexíveis. “Estamos continuamente repensando o modelo de negócio de nosso sistema. O momento pede ousadia na revitalização do sistema, temos de mudar o mindset com a incorporação de uma cultura mais comercial, de venda focada no cliente, nos novos trabalhadores, nos nativos digitais”, comentou. Luís Ricardo destacou ainda a atuação da Abrapp no incentivo à criação de novos planos voltados aos familiares de participantes com o objetivo de ampliar a proteção dos filhos, netos, cônjuges e demais parentes dos participantes ativos e assistidos.
Centenário da Lei Eloy Chaves – Narlon Gutierre lembrou que a Previdência Social no Brasil está às vésperas de comemorar o centenário de sua legislação fundacional, que ficou conhecida como a Lei Eloy Chaves, de 1923. Ele destacou a Previdência Social como o grande marco da legislação moderna de proteção social, que garante benefícios em casos de aposentadoria, invalidez ou falecimento por meio de um sistema que reúne a sociedade, os trabalhadores, as empresas e o Estado.
O Subsecretário citou como um dos principais desafios do século XXI a sustentabilidade do sistema em decorrência principalmente do aumento da longevidade da população em geral. “Vivemos hoje muito mais tempo que no início do século passado. A Previdência deve estar preparada para pagar benefícios por mais tempo”, analisou. Ele citou também como outro desafio a garantia da proteção previdenciária com as novas relações trabalhistas da economia atual. O representante falou também da importância da Reforma da Previdência aprovada em 2019 para assegurar o equilíbrio e a sustentabilidade da Previdência Social.
Narlon Gutierre apresentou os números da Previdência Social, que paga 36 milhões de benefícios atualmente. Isso representou cerca de R$ 780 bilhões em 2021 entre aposentadorias, pensões, auxílios e BPC. Ele falou também dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), que são atualmente em número de 2150, da União, Estados e Municípios. Os RPPS agregam cerca de 10 milhões de servidores públicos, dos quais 4 milhões são assistidos.
Por fim, falou sobre a Previdência Complementar e ressaltou o papel da Abrapp, como representante das EFPC, e da Previc, com o papel da supervisão do sistema. O representante comentou ainda sobre a importância do Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão de regulação que é presidido atualmente pelo próprio Subsecretário. “Devemos ressaltar que as previdências pública e privada não concorrem entre si. Elas se complementam para garantir proteção mais ampla em um trabalho conjunto entre o Estado e a sociedade”, comentou. Ele também destacou que a Previdência Complementar representa hoje um sistema sólido e parabenizou a Abrapp pela sua atuação no aperfeiçoamento e busca de solidez da governança de suas associadas.
Enfrentamento da pandemia – O Diretor-Superintendente da Previc, Lucio Capelletto, também destacou a governança das EFPC com dados e análises que mostraram o enfrentamento dos desafios do período de pandemia de Covid-19 e seus impactos para o trabalho e os mercados. Ele confirmou a cifra de R$ 70 bilhões em benefícios pagos anualmente, que foram mantidos mesmo em um ano complicado como 2020. “Verificamos que as EFPC tinham liquidez suficiente para pagar os benefícios e não precisaram vender nenhum ativo depreciado. Isso mostra que o sistema é sólido e robusto, que honra seus compromissos em dia”, disse.
O Diretor-Superintendente da Previc ressaltou que isso mostrou que a governança das entidades funcionou, mesmo com a implantação do trabalho remoto dos funcionários e dirigentes. “Todos os processos foram mantidos durante a pandemia”, comentou. Ele destacou também a atuação da Previc como órgãos de supervisão e fiscalização. Capelletto citou a Supervisão Baseada em Risco, surgida em 2015, e o sistema de Supervisão Prudencial, mais recente, que permite o monitoramento de todas as entidades do sistema. Ele explicou que o sistema prudencial permite um acompanhamento mais pró-ativo, com a realização de ações prévias ao processo de fiscalização.
O Diretor-Superintendente da Previc destacou ainda o diálogo com a Abrapp e a sociedade civil em ações como o aperfeiçoamento da legislação do sistema – propostas de alterações das Leis Complementares 108/2001 e 109/2001 – que tem o objetivo de promover a harmonização entre as abertas e as fechadas.
Palestras
“Jovens experientes” – Nilton Molina, referência em estudos sobre longevidade e demografia no Brasil, conduziu a palestra “Aposentadoria Produtiva, Feliz e Saudável”. O Presidente do Conselho de Administração da MAG Seguros e Presidente do Instituto de Longevidade MAG, se definiu como um “jovem de 85 anos de idade”, que continua produzindo todos os dias.
Molina é figura central do livro “O vendedor de futuros”, obra que faz um recorte sobre a trajetória exitosa que o consolidou, no meio empresarial brasileiro, como o personagem que mais e melhor pensou o ambiente de negócios do setor de Previdência Privada e Social no país, desde 1970 até as duas primeiras décadas do século XXI.
Em sua mensagem, Molina reforçou que o aposentado não deve limitar sua vida ao significado original da palavra, “ir para o aposento”. Ele observou que a aposentadoria é, na verdade, o recebimento de uma renda fruto de uma poupança acumulada, pública e privada, que permite às pessoas continuar produzindo, com menor pressão financeira, mantidas suas capacidades físicas e mentais.
Ele defendeu a busca por requalificação profissional nessa etapa da vida e o grande potencial dessa população para mover o país. “Somos jovens experientes, que têm muito a colaborar para a sociedade”.
Saúde é tudo – Reconhecido especialista em geriatria, o médico Marcos Cabrera reforçou, em sua palestra “Saúde é tudo! Desafios da Melhor Idade”, que essa etapa da vida pode se tornar um período de muitas realizações. Ele destacou que, do ponto de vista biológico, há um declínio natural da capacidade física com o envelhecimento, mas este vem acompanhado de um ganho expressivo na capacidade emocional – manifestada em sentir prazer, se apaixonar, ter gratidão, entre outras qualidades.
Dentre as dicas do médico, para enfrentar os desafios dessa fase, está cuidar da saúde física: dormir bem, praticar exercícios, evitar excessos, alimentar-se de forma saudável. E também cuidar da saúde mental, financeira e emocional: relacionar-se socialmente, ter amigos, praticar a generosidade, ter voz e saber reivindicar seus direitos, além de praticar a espiritualidade.
O vídeo apresentado ao final do evento, com a homenagem aos mais de 70 aposentados indicados pelas associadas da Abrapp, trouxe uma importante mensagem sobre o que é a “Feliz Melhor Idade”, nas palavras escritas e narradas por Marisa Bravi. Qualquer tempo é tempo para criar e se recriar, vivendo uma fase dourada. “A melhor idade se chama presente”.
O Dia do Aposentado 2022 contou com patrocínio da MAG e apoio institucional da Rede de Credenciados.
Clique aqui para assistir à Solenidade do Dia do Aposentado na íntegra no YouTube da Abrapp.
