Artigo: A Responsabilidade Social das entidades de previdência na era ASG – por Luís Ricardo Martins*

Luis Ricardo Martins

Além dos desafios financeiros e operacionais que enfrentam diariamente, as empresas também estão sendo pressionadas por investidores e gestores de carteiras sobre seus compromissos com o meio ambiente, temas sociais e de governança.

Já faz um tempo que o mundo empresarial vem passando por uma profunda transformação de gestão, aumentando a eficiência dos processos, incorporando métodos avançados de segurança, compliance e agregando valor para os investidores, fornecedores e consumidores.

O termo ASG (Ambiental, Social e Governança) – em inglês, “Environmental, Social and Governance” (ESG) – não é uma novidade para os investidores institucionais, porém ele tem um papel determinante na evolução desse processo de amadurecimento nas entidades.

Com relação aos processos de investimentos, o que percebemos são mudanças ostensivas de atitudes das entidades diante do tema, que estão buscando um maior engajamento com a indústria de produtos financeiros, querendo ouvir, conhecer e já demandando instrumentos para investimentos que atendam os aspectos ASG.

Na coluna passada, eu escrevi sobre a sensibilidade dos gestores das carteiras de investimentos das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), sobre buscar mais rentabilidade e diversificação, considerando a estratégia de longo prazo e o cenário de volatilidade. Nesse contexto, os investimentos responsáveis ganham seu lugar de destaque, proporcionando retornos sustentáveis e melhor gerenciamento de riscos.

Pesquisa da Abrapp com a XP Advisory sobre sustentabilidade, junto a gestores das entidades de previdência, mostrou que 71,9% das EFPCs possuem abordagem de investimentos responsáveis formalizada, um protocolo importante para a Integração ASG na gestão de investimentos. Dentre os temas sobre investimentos responsáveis, os mais tratados nos documentos, por todos os grupos de Entidades, foram, por ordem de recorrência: governança, meio ambiente e sociedade.

Vale destacar que os temas Ambiental e Social assumiram uma relevância muito importante dentro das entidades nos últimos anos. Ao que pese o Social, especialmente nos dois últimos anos, com o recrudescimento da pandemia.

Portanto, as atitudes acima reforçam ainda mais o nosso posicionamento como sistema, alinhado ao compromisso social que a Previdência Complementar Fechada gera para com a sociedade. É importante salientar que previdência é compromisso, o bastante para que haja confiança entre as partes.

Ainda com relação ao Social, o setor está se reinventando para atender às novas demandas e fomentar o seu papel no pilar “S”. Com a adoção de práticas e processos para a entidades, como o Guia Prático Para Integração ASG na Avaliação de Gestores das EFPCs, lançando em 2019. Outro exemplo é o Selo em Governança de Investimentos concedido pela Abrapp, Sindapp, ICSS, que reconhece as entidades que atuam de acordo com as regras de boas práticas e conduta do sistema.

O sistema ainda criou e colocou à disposição dos participantes e da sociedade novos produtos que atendem a esse novo mundo e proporcionando uma melhor integração para o cidadão que deseja estar inserido no universo do planejamento previdenciário a partir do sistema fechado de previdência. São os novos formatos que atendem pelos nomes de “Planos Setoriais” e os caçulinhas “Planos Família” e “PrevSonho”, lançados há pouco tempo.

A agenda ASG está totalmente inserida na cultura da Previdência Complementar Fechada.

*Luis Ricardo Martins é Diretor-Presidente da Abrapp

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