Artigo: Como escolher uma boa gestora de recursos – Por Jadson João Alves da Silva*

Entre os inúmeros desafios dos clientes institucionais, incluindo as entidades de previdência complementar, um fator que merece destaque – e que se tornou mais complexo ao longo dos anos – é a seleção do gestor. Escolher uma empresa para a gestão dos recursos dos participantes nunca foi tarefa fácil, mas, com o aumento da quantidade de assets e das alternativas de fundos disponíveis no mercado, esta decisão tornou-se, no mínimo, mais trabalhosa. 

Atualmente, estima-se que tenhamos no Brasil quase 1.000 assets, incluindo aquelas mais robustas, com patrimônios representativos para a indústria de fundos brasileira, como aquelas menores, especializadas em um segmento ou até mesmo em um ativo específico. 

Conhecer detalhadamente cada uma delas, com o rigor e a profundidade que a decisão requer, é uma tarefa inviável para grande parte das entidades. A solução é escolher algumas casas que estejam mais alinhadas com a política de investimento da entidade e, a partir desta seleção prévia, se aprofundar em alguns detalhes que podem ser cruciais para uma parceria de sucesso. 

De modo geral, podemos elencar cinco pilares que, certamente, trarão mais clareza à tomada de decisão. O primeiro ponto que eu destaco é o fator governança. Uma asset para ser escolhida por uma entidade de previdência complementar para gerenciar parte de seu patrimônio precisa possuir processos e políticas bem estruturados e devidamente documentados. 

O segundo ponto é a gestão de riscos. Assim como a governança é fundamental, a gestora precisa manter uma equipe técnica e um sistema altamente capacitado para a gestão de riscos da carteira. E, neste ponto, é fundamental avaliar como essa área se relaciona com a área de gestão de investimentos – e a constante busca por rentabilidades mais atraentes.

A gestão dos investimentos em si é o próximo passo desta análise. É preciso conhecer como a equipe toma as decisões, os seus devidos processos, como é definida a filosofia de investimento e como esta área se relaciona com as demais. 

O quarto item é o compliance, ou seja, avaliar as políticas de independência da equipe de compliance e a eficiência dos seus controles. Vale considerar os sistemas que utilizam, a solidez dos processos e a constante avaliação de melhorias. Somente depois de conhecer todos estes processos, chegamos ao quinto pilar, que tem como foco conhecer e avaliar a carteira teórica, ou seja: testar os principais processos internos da gestão de riscos e investimentos a partir da execução de uma ‘carteira teste’.

Todos estes fatores, juntos, oferecem uma riqueza de informações sobre cada asset, ajudando a uma escolha mais coerente e com menos riscos. No entanto, a seleção somente será realmente eficiente se todos os itens acima forem avaliados considerando o perfil do participante. De nada adianta escolher a asset com o melhor modelo de compliance ou equipe de risco, se a gestora não estiver alinhada com os objetivos dos participantes. 

Entregar o que o participante precisa, em linha com a política e regulamento acordado com ele, e expectativas criadas acerca do investimento, é sempre o mais importante. A escolha do melhor gestor deve ser muito bem embasada e estruturada sempre tendo em vista o perfil do investidor. Opções não faltam e, certamente, existe a asset ideal para cada perfil de participante e para cada objetivo da entidade. Encontrá-la pode ser trabalhoso e, por isso, contar com uma avaliação de gestoras feita de maneira independente e imparcial, pode ser uma importante alternativa. Principalmente porque é deste cuidado e preocupação que todo participante espera. 

*Jadson João Alves da Silva é consultor de investimentos da LUZ Soluções Financeiras

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