Artigo: Diversificação global por meio de gestão ativa. Por que vale a pena? – Por Isabella Nunes*

Em um mundo em que as expectativas de retornos futuros não estão sendo precificadas da mesma forma que em décadas passadas, encontrar boas oportunidades de investimento se tornou ainda mais fundamental para o sucesso dos portfólios. E principalmente ao ampliarmos as fronteiras dos investimentos, com a inclusão de estratégias internacionais. 

Ao compararmos o desempenho histórico de índices de mercado com o que projetamos para os próximos anos, a partir do último relatório Long Term Capital Market Assumptions do J.P. Morgan Asset Management, vemos uma grande diferença nos retornos oferecidos ao investidor. Ao analisarmos o índice MSCI ACWI, o principal índice MSCI para ações globais, observamos um retorno histórico anualizado em 10 anos de 10% (até 31/março/2022) em dólares, e um retorno projetado de 5% para um horizonte de 10 a 15 anos. O mesmo ocorre com o índice para U.S. large caps, com retornos de 13,97% e 4,10%, respectivamente. 

Dado que este seja o caso, um componente especialmente importante é avaliar a capacidade dos gestores em gerar alpha a partir de um cenário mais desafiador para os mercados. Ao observarmos o desempenho médio de fundos de investimento ou ETFs nos últimos 5 anos, nas mesmas classes de ativos e categorias, a dispersão fica evidente dentre os gestores ativos  que estão nos melhores quartis e aqueles que estão em quartis não tão atrativos, com diferenças chegando a mais de 7%. 

O que isso significa para suas decisões de investimento? Significa que é importante criar uma estratégia, um plano, um processo para seleção de ativos e decidir a quem você confia a gestão de sua carteira, principalmente quando optar por gestão ativa. Aqueles mais preparados terão maior probabilidade de gerar alpha ao longo dos anos. A seguir, o que devemos considerar:

  • Time: quem fará a gestão dos investimentos? Por quanto tempo analistas e gestores têm trabalhado junto? Como as visões de mercado influenciam as decisões de alocação? Quanto mais conectados e preparados os times estão, com acesso à uma gama completa de ferramentas para gestão de investimentos, maiores as chances de sucesso. 
  • Filosofia: quais são os valores e visões daquele gestor? O que a estratégia se propõe a entregar? 
  • Processo: como os investimentos são feitos para que os objetivos sejam atingidos? Qual o estilo da estratégia? Qual a abordagem para risco? É fundamental diversificar as companhias, os setores e as regiões para atingir a melhor combinação de risco e retorno. 

Ao julgar o sucesso dos investimentos, é muito importante ter um horizonte de longo prazo. Enquanto mercados podem ter um mês ou até um ano difícil, investidores têm menos probabilidade de sofrer perdas em períodos mais longos. Mesmo que os gestores mais experientes passem por períodos voláteis, a seleção de bons gestores se prova eficiente para os portfólios. De olho no horizonte, e com um bom piloto, investidores conseguem ir muito mais longe.

*Isabella Nunes é Responsável pelo Relacionamento com Investidores, do J.P. Morgan Asset Management

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