Artigo: Para crescer, poupar ou consumir? – José Roberto Afonso, Paulo Vales e Thiago Abreu

José Roberto Afonso

Em artigo publicado na edição de janeiro de 2021 da Revista Conjuntura Econômica, publicação da FGV-IBRE, os pesquisadores José Roberto Afonso (foto), Paulo Roberto Vales e Thiago Felipe Abreu analisam o crescimento da poupança das famílias durante a pandemia e a oportunidade para a formação e alongamento da poupança doméstica. José Roberto é professor do IDP e tem realizado uma série de trabalhos para a Abrapp ao longo dos últimos anos. O mais recente foi a consultoria técnica para a elaboração do Projeto de Lei de Proteção ao Poupador Previdenciário (LPPP) – leia mais.

No artigo, o grupo de pesquisadores retoma a análise do fenômeno do crescimento da poupança das famílias no Brasil e no mundo. “Uma diferença significante que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus possui das demais tem relação com a mudança de comportamento das famílias. Mesmo depois de vencida a pandemia, novos hábitos permanecerão e formarão o dito novo normal, o que tem relação direta com o aumento da poupança familiar. Como nunca as famílias, em todo o mundo, estão poupando”, diz a abertura do texto.

Em seguida, os pesquisadores alertam para os riscos e dilemas relacionados ao destino dessa poupança das famílias. “A expansão da poupança é uma chance que, se mal gerida, poderá levar o sistema econômico a uma estagnação persistente, sucedida pelas crises social e política habituais. Optar por transformar a chance em realidade exige mudar a postura do Estado e mesmo do próprio mercado financeiro, aí incluído e com particular atenção para os investidores institucionais”.

A recomendação do grupo de especialistas é a construção novos canais e instituições que amparem a transformação da poupança em investimento real. “O desafio será mobilizar e transformar tais recursos em fonte de financiamento de projetos de investimento, que, desde sua estruturação inicial, possam ser geridos pelo setor privado”, traz outro trecho do artigo.

Grande oportunidade – Para que o crescimento das reservas das famílias se transforme em poupança de longo prazo, é necessário que as autoridades econômicas e os agentes do mercado de capitais tenham capacidade para atrair e manter essa poupança, para depois usá-la para financiar investimentos produtivos e em infraestrutura.

O grupo de pesquisadores defende que as entidades fechadas (EFPC) são as mais preparadas para canalizar a formação da poupança previdenciária de longo prazo. Eles apontam que os fundos de pensão são os mais habilitados para fazer essa gestão longa. “Se faz necessário o compartilhamento do financiamento, desenho e da forma de implantação de projetos de interesse público entre governos e setor privado”, traz a conclusão do texto.

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