Artigo: Prece obtém sucesso na segunda migração dos planos BD Prece l e ll para o plano CD Prece lV*

Eduardo Vargas PreceO Diretor Presidente da Prece, Eduardo Vargas (foto ao lado), faz a seguir um breve relato dos fatores e acontecimentos que motivaram a diretoria executiva da entidade a iniciar outro processo de migração: 

“Os planos de benefícios Prece I e II acumularam déficits históricos ao longo da sua existência, o que vem sendo tratado através dos planos de equacionamento em vigor. Embora diversos fatores tenham ocasionado o surgimento desses déficits, podemos citar como os mais relevantes em gestões anteriores dos investimentos, o aumento da longevidade e o impedimento temporário das contribuições extraordinárias.

Em 2011 foi ofertado aos participantes e assistidos destes planos, a possibilidade de uma migração para um novo plano, denominado Prece CV. Para aqueles que escolhessem permanecer nos planos de origem, foi estabelecida a implementação de uma contribuição extraordinária para sanar o déficit identificado. No entanto, na sequência, a cobrança dessa contribuição acabou sendo impedida por uma liminar vinculada a um processo judicial. Não obstante ao impedimento, nos anos seguintes a Previc emitiu relatórios que ressaltavam o risco de liquidez e de insolvência dos planos, sendo inclusive apontada a possibilidade de liquidação extrajudicial do plano. Somente com a queda da liminar, o que ocorreu em 2017, a Prece então pôde passar a cobrar as contribuições extraordinárias e impedir que o patrimônio dos planos Prece I e II se extinguisse no curtíssimo prazo. Essas contribuições passaram a representar aproximadamente 40% de desconto no Prece I e mais de 20% no Prece II.

Diante deste cenário adverso, foram realizadas diversas discussões envolvendo a entidade, patrocinadoras e Previc para tratar da viabilidade da elaboração de uma nova migração, visando mitigar os riscos atuariais, melhorar a gestão dos planos de benefícios e permitir a sustentabilidade da própria entidade. Apesar da cobrança das contribuições extraordinárias, isso não foi suficiente para sanar o problema da insuficiência patrimonial existente nos planos.

Após várias reuniões, foi desenvolvida a modelagem do projeto denominado “Estratégia Previdenciária”, contemplando as ações a serem adotadas para que fosse alcançada uma nova realidade para a entidade e seus planos de benefícios, formalizado e aprovado pelas instâncias internas da entidade em 2020, após a posse da atual Diretoria da entidade.

Para a execução da migração, foram tomadas diversas medidas que demandaram grandes esforços por parte da entidade, uma vez que este movimento engloba o atendimento de mais 3.000 pessoas, (participantes, assistidos e desligados). Assim, realizamos a preparação de simuladores e de todo um material de comunicação específico para detalhar as particularidades da migração. Simultaneamente, exercemos um trabalho de comunicação ativa junto aos possíveis migrantes, inclusive em diversos postos itinerantes espalhados na cidade e no estado do Rio de Janeiro.

É importante destacar que o esforço da Prece em intensificar a transparência desse projeto, bem como de manter um atendimento altamente personalizado, foi convergido para uma ampla aceitação da migração e para o alcance de taxas de conversão positivas”.   

Haja vista os aspectos e detalhes expostos a respeito dos processos em curso e relevância do tema, a Diretoria de Investimentos direcionou seu corpo técnico para elaboração de um estudo, que visa monitorar e projetar os impactos resultantes da movimentação dos recursos envolvidos. 

Antonio Carneiro Alves PreceEspecificamente sobre o ponto de vista da gestão dos ativos, o Diretor de Investimentos da Prece, Antonio Carneiro Alves (foto ao lado), destaca: “Nossa principal preocupação se concentra na possibilidade de que a saída de recursos oriundas da migração, desligamentos e PDV, venha a afetar significativamente a liquidez dos planos, podendo vir a comprometer a rentabilidade futura dos mesmos”.  

Mais especificamente a questão da migração dos planos, ele acrescenta: “A finalização com êxito traz consigo a esperança dos participantes que aderiram ao processo, de passarem a participar de um Plano que além de financeiramente equacionado, venha a lhes proporcionar retornos consistentemente satisfatórios”. Fica assim evidenciada a preocupação da Diretoria de Investimentos a respeito da responsabilidade em relação a reordenar as carteiras e portfólios de investimento da entidade, de modo a melhor se adequar a essa nova realidade estrutural advinda da conjugação dos eventos mencionados.   

Em consonância com o que foi dito pelo Diretor de Investimentos, e, em se confirmando as projeções na magnitude que apontam os estudos desenvolvidos até o presente momento, há o receio que uma representativa redução de recursos possa comprometer a gestão dos investimentos, que visa alcançar retornos satisfatórios através de uma contínua e bem-sucedida estratégia de diversificação de ativos.  

“É importante destacar que uma vez identificado este risco, através do estudo em curso anteriormente mencionado, a Diretoria Executiva da Prece, apesar de já ter tido conversas iniciais, efetivamente iniciará tratativas junto a patrocinadora (Cedae), no sentido de verificar a possibilidade de antecipar o pagamento de parte ou total da dívida contratada”, destaca o diretor.

Antonio Carneiro Alves faz ainda questão de frisar: “Como é de conhecimento geral o ano de 2021 foi repleto de desafios diversos. Inserida nesse contexto, a Prece, realizando todo processo de análise e gestão dos seus ativos “in house”, superou a meta atuarial do Plano Prece I, se posicionou muito próxima de atingir a meta do Plano Prece II e teve uma performance bastante relevante frente a meta do Plano CV-BD. Sendo assim, gostaríamos de dar continuidade a nossa estratégia de investimentos visando o atingimento das metas. 

Portanto, é de suma importância que não tenhamos uma redução significativa de recursos sob gestão oriunda destes resgates que podem acontecer ao longo de 2022. Acreditamos muito em nossa capacidade de gestão e experiência adquirida ao longo dos últimos anos, e, acreditamos que em se mantendo as condições atuais de trabalho e de recursos sob gestão, com certeza seremos capazes de alcançar nossos objetivos que se resumem a proporcionar aos participantes dos nossos planos, os melhores e mais satisfatórios resultados da forma mais eficiente e responsável possível”.

O Diretor de Investimentos conclui: “Do ponto de vista dos Investimentos, é de suma importância mencionar que o objetivo principal é o de preservar a saúde financeira dos planos já existentes, tentando mitigar a necessidade de equacionamentos e contribuições extraordinárias em função do não atingimento de metas atuariais. Tendo isso como premissa que norteia suas ações, a Prece procurou estimular os participantes dos planos de benefício definido (Prece I e Prece II) a migrarem para um plano financeiro a ser criado (Prece IV). Como forma de tentar estimular o processo, foi feita uma ampla ação de divulgação da possibilidade de resgate de até 25% das reservas de poupança individuais, bem como da conversão da modalidade de recebimento para tempo determinado por ocasião da migração. 

Portanto, levando em consideração todos os esforços, recursos e capital humano investidos no processo, e, uma vez apurados os resultados de reservas de poupança e participantes migrados ao final do prazo estabelecido, chega-se à conclusão de que os objetivos foram alcançados e o processo de migração dos planos foi bem sucedido. Cabe ressaltar, que que os dados definitivos ainda serão divulgados e levados ao conhecimento do órgão regulador, no entanto, é inegável que tanto financeira quanto quantitativamente, os requisitos necessários foram atingidos”. 

*Eduardo Vargas é Diretor Presidente da Prece

Antonio Carneiro Alves é Diretor de Investimentos da Prece

 

 

 

 

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