Canal Abrapp: Live apresentou alternativas de crédito privado doméstico e multimercados no exterior

Live Itajubá e Porto Seguro

A Itajubá Investimentos e a Porto Seguro promoveram nesta quinta-feira, 25 de março, com apoio e organização da Abrapp, a live “Alternativas de investimento em cenário de juros baixos: a retomada dos fundos de crédito e opções globais além da renda variável”. O evento foi transmitido no canal da Abrapp no YouTube e contou com a assistência de mais de 100 internautas.

O Diretor Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, apresentou a situação atual do setor com ênfase na superação da marca de mais de R$ 1 trilhão de patrimônio da Previdência Complementar Fechada, segundo dados do Consolidado Estatístico da Abrapp de novembro de 2020 (veja aqui). Ele ressaltou a força e resiliência do sistema que paga mais de R$ 65 bilhões anuais em benefícios para mais de 850 mil assistidos. “Em 2020, nosso sistema passou por uma prova de resiliência. Foi um período complicado para o mercado financeiro, mas mesmo assim conseguimos reverter o déficit e fechamos com superávit agregado”, disse.

Essa reversão, segundo Luís Ricardo, em grande parte foi devido ao grande profissionalismo das equipes de investimentos das entidades fechadas e a adoção de estratégias de longo prazo. O Diretor Presidente da Abrapp introduziu ainda o tema do evento com os desafios da diversificação e da maior alocação em ativos de risco para superar as metas atuariais dos planos. Disse que a Abrapp reivindica junto aos órgãos reguladores a ampliação do limite de investimentos no exterior para além dos 10% permitidos na Resolução CMN 4.661/2018.

Sérgio Wilson Ferraz, Diretor Executivo da Abrapp e responsável pelo acompanhamento da Comissão Técnica de Investimentos também abordou o desafio da superação das metas dos planos de benefício definido e contribuição variável, além de buscar retornos mais altos para os planos de contribuição definida. “Em 42 anos de história de nosso sistema, nunca tivemos um cenário tão desafiador quanto temos hoje com os atuais níveis de juros”, disse.

O dirigente disse que é imperativo que as entidades deixem a tradicional composição conhecida como 80-20, com 80% dos ativos em títulos públicos e 20% em renda variável. Uma das opções mais analisadas e acessadas recentemente são os investimentos no exterior. Sérgio Wilson pontuou, porém, que os ativos no exterior foram muito estudados, mas que a alocação de fato, na média das EFPC, ainda é muito reduzida. “Falamos muito e fizemos pouco”, comentou. Ele também defendeu o interesse em analisar alternativas de investimentos em crédito privado, como um dos temas da Live.

Investimentos no exterior – O Sócio responsável pelo Relacionamento com Investidores Institucionais da Itajubá, Pedro de Biase realizou apresentação que mostrou os benefícios da diversificação das carteiras com parcela alocada em ativos internacionais. Ele mostrou o desempenho de uma carteira hipotética com uma cesta de índices de ativos domésticos (Ibovespa, IFMM, IMA-Geral, CDI e IDA-Geral) nos últimos 8 anos. O resultado apontou um retorno anualizado de 11% e volatilidade de 6,45%.

Em seguida comparou com outra carteira que mantinha a cesta de índices domésticos, porém, com a introdução de um fundo multimercado no exterior. O retorno anualizado saltou para 13,6% com volatilidade menor de 4,4% em comparação com a outra. “Percebemos que não conseguimos alcançar uma diversificação adequada só com ativos locais. A solução é utilizar também os ativos no exterior”, disse Pedro.

O gestor explicou as vantagens da inclusão de ativos internacionais, como por exemplo, a descorrelação em termos de moeda e de ativos em diferentes geografias e setores. Ele defendeu ainda que a classe de fundos multimercados no exterior tem uma atração a mais porque permite enfrentar melhor a volatilidade dos mercados e, ao mesmo tempo, capturar ganhos em diferentes tipos de ativos.

Crédito privado – O Gestor de Estratégia de Crédito da Porto Seguro, Ricardo Espíndola, apresentou uma análise da trajetória do segmento de crédito privado nos últimos anos, abordando como as diversas crises impactaram nesses ativos. Retomou diferentes momentos críticos como em 2008 com a crise do subprime dos EUA ou em 2015 e 2016, com os efeitos da Lava Jato e do impeachment. Disse ainda que pouco antes da pandemia, no final de 2019, o segmento passou por um momento difícil devido à queda acentuada da Selic.

Porém, foi mesmo com o advento da pandemia que o crédito privado sofreu um forte impacto, com a ocorrência de um pico de saques massivos de fundos da categoria e de um “estresse nunca antes vivido”. Com base em todas essas experiências, o gestor da Porto Seguro mostrou as lições aprendidas dos diferentes momentos, recomendando por exemplo, cuidados com o excesso de otimismo em alguns períodos e os riscos do efeito manada. “A liquidez é um risco invisível que só percebemos de fato quando é necessário vender um grande volume de ativos”, comentou Ricardo.

O gestor analisou ainda o momento atual e as oportunidades dos fundos de crédito privado. Disse que os spreads dos ativos ainda estão altos mas com tendência de queda. Existe uma tendência também de aumento das ofertas primárias com boas oportunidades para os gestores. E recomendou a manutenção de parte da carteira em ativos pós-fixados devido ao novo ciclo de alta dos juros. Comentou ainda que existem bons gestores especializados no mercado doméstico com oferta de produtos adequados para cada tipo de investidor.

Clique aqui para assistir a Live na íntegra.

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