O investimento socialmente responsável e suas respectivas estratégias, para buscar tanto o retorno financeiro quanto o benefício socioambiental, foi um dos tópicos discutidos na reunião da Comissão de Ética do Sindapp, nesta quinta-feira (30).
O membro Jorge Luiz Berzagui, Diretor-Presidente da Fundação Banrisul, compartilhou reflexões sobre a pesquisa realizada acerca do tema, que possui previsão na Resolução CMN 4.661/2018. Ele destacou que há farto material disponível no mercado para referência dos gestores sobre a aplicação dos critérios ASG (ambiental, social e de governança corporativa) em seus processos de investimentos. Um exemplo mais recente é o
,A Comissão Técnica de Sustentabilidade da Abrapp lançou, em 2017, o
“Uma crítica que se fazia no passado era acerca da rentabilidade desses investimentos, mas já existem produtos que atendem a pelo menos um ou mais critérios ASG e oferecem boa rentabilidade”, destacou Berzagui.
Marcelo Coelho, membro da Comissão de Ética e Chefe de Gabinete da Presidência da Previ, trouxe a experiência da entidade, o maior fundo de pensão do País. A Previ possui Comitê focado em sustentabilidade e diretrizes práticas para a aplicação dos critérios ASG. “Adotamos o pratique ou explique”, destacou Coelho. “Existe a demanda por parte dos participantes, em especial as novas gerações, para o investimento em ativos ‘verdes’”.
Jorge Berzagui complementou que além do movimento por parte dos participantes das entidades, há também essa demanda por funcionários das empresas e inclusive investidores de grandes fortunas, para o aporte de seus recursos em companhias que adotem esses princípios. Ele destacou que um ponto interessante a se pensar para as EFPC seria a criação de perfis de investimentos voltados a esse tipo de ativo.
A Coordenadora da Comissão de Ética, Aparecida Pagliarini, ressaltou que esse movimento não chegou ao Brasil apenas por exigência dos investidores, mas também advém da cultura das corporações europeias que estão atentas a esses valores há muito tempo. “Na governança das empresas, a mentalidade de se buscar apenas o lucro para os acionistas está defasada. A companhia precisa ser sustentável e saudável para a sociedade”, disse a Conselheira da OABPrev-SP.
Aparecida destacou que casos recentes do desastre ambiental em Brumadinho (MG) e o crescimento do desmatamento na floresta amazônica têm aumentado a pressão internacional e doméstica para o tema, acelerando essa mudança de mentalidade no País. “É importante que os gestores fiquem atentos em suas carteiras para essa demanda dos investidores. As novas gerações estão formadas e informadas sobre esse tema”.
Na Austrália,
A Coordenadora da Comissão de Ética enfatizou que adotar os critérios ASG nos processos de investimentos é fortalecer a cultura de longo prazo, pois são ativos que trazem resultado nesse horizonte maior de tempo. Como acrescentou Marcelo Coelho, nada mais adequado para a atividade das EFPC, que focam no longo prazo, é perseguir os preceitos da sustentabilidade.
Encontros Regionais – Os representantes da Comissão de Ética marcarão presença na programação dos Encontros Regionais da Abrapp. A série de eventos terá início em 21 de agosto, com o Encontro Sudoeste + Sul, e se estenderá por setembro. Além de apresentar o papel e objetivos do colegiado, os membros da Comissão pautarão a discussão sobre o comportamento na era digital.