O Encontro Regional Sudoeste dedicou ontem, 5 de abril, seu último painel ao tema “Os Novos Produtos Previdenciários” e a conclusão a que chegaram os expositores foi apenas uma: os caminhos estão abertos para que o sistema alcance de fato o seu potencial. O Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp, Luís Ricardo Martins, resumiu assim: “Agora vamos colher o que plantamos, porque o caminho para o futuro está pavimentado e o protagonismo da Abrapp ajudou muito nisso”.
Mais cedo, também nesta quarta-feira, ao abrir o evento em São Paulo, o Diretor-Presidente da Abrapp, Jarbas de Biagi, já havia informado que em números absolutos no ano de 2022 ganhamos mais de 100 mil novos participantes. De 3.417 patrocinadores/instituidores, no final de 2021, passamos para 3.845 em dezembro de 2022.
Os expositores neste último painel analisaram essa nova cena sob variados aspectos. Marcelo Pezzutto, membro do Conselho Deliberativo da Abrapp e moderador dos trabalhos, destacou a capacidade que os planos família têm de reter participantes, além é claro de conquistá-los. Na mesma linha, João Carlos Ferreira, Diretor Vice-Presidente da Abrapp (Regional Sudoeste) e Diretor Financeiro da Valueprev, notou ter vivenciado em sua entidade algo que confirma exatamente isso. Ou seja, com um produto voltado para familiares, entre outras iniciativas, a Valueprev passou a ter mais que o dobro do poder de retenção.
Já Eduardo Lamers, Assessor da Superintendência Geral da Abrapp, observou que planos que unam de algum modo previdência e saúde “têm uma grande sinergia”. Por isso mesmo, “poderão se tornar a bola da vez, depois dos instituídos corporativos”.
Provas da resiliência – Em sua fala, Luís Ricardo atribuiu esse novo ciclo de crescimento ao fato de o nosso sistema “mostrar-se resiliente, com 45 anos de solidez, algo confirmado pelo pagamento regular de benefícios ao longo de todo esse período”.
Luís Ricardo destacou ainda o elevado grau de profissionalização, reforçada por modelos vitoriosos de educação continuada, certificação e autorregulação, tudo isso garantindo quadros profissionais altamente qualificados e confiáveis. E voltou a lembrar que confiança é fundamental numa relação de décadas com participantes dos planos. Ele sublinhou a existência de uma governança robusta e comprovadamente bem sucedida.
Coragem em primeiro lugar – O Presidente do CD da Abrapp também destacou a coragem e a dedicação ao trabalho transformador como fatores importantes na evolução do sistema. Foi preciso ser corajoso, segundo Luís Ricardo, para enfrentar os anos em que as entidades fechadas sofriam com comissões parlamentares de inquérito e as entidades eram mostradas não pelo que de fato são, ou seja, capazes de contribuir para a solução das dificuldades do País. “Houve tempo em que estudo mostrava que o sistema tinha um tempo para acabar, por volta de 2036, e estamos conseguindo desmentir isso e voltar a crescer”, ressaltou.
E esse crescimento será ainda maior, prosseguiu Luís Ricardo, se as políticas públicas, por exemplo na área tributária, reconhecerem a importância da contribuição que o sistema pode oferecer ao incremento da atividade econômica e do emprego. Tal reconhecimento poderia vir na forma da adoção de alíquota zero para o participante de plano que poupar por 15 anos, conforme defende a Abrapp.
Para ele, é igualmente fundamental para o fomento do sistema que as entidades possam contar com regras para o PGA (Plano de Gestão Administrativa) mais flexível do que é atualmente, de modo a que recursos possam ser destinados a ações voltadas para o crescimento do negócio. Notou que a necessidade disso cresce à medida em que o mercado se torna cada vez mais competitivo.
Mas nem tudo, claro, depende do Governo. “Precisamos nos voltar mais e mais para a educação previdenciária e sermos capazes de mostrar que a nossa rentabilidade é maior e que de fato entregamos o que prometemos, a aposentadoria”, concluiu.
É preciso agir – Por sua vez, Eduardo Lamers observou que valoriza muito o lançamento de novos produtos como fator de conquista e retenção de participantes, mas opinou que a seu ver tão ou mais importante do que isso é a capacidade que as entidades devem mostrar de que são capazes de se mover, agir para com isso criar movimento.
No modo de entender de Lamers o sistema chegou a um momento no qual precisa pensar também em um novo modelo, por exemplo na forma de abordagem de empresas e trabalhadores. “Precisamos deixar de pensar em termos de CLT. O vínculo agora deve ser associado ao trabalho e não ao emprego”.
O lado bom do RH – Nesse ponto, João Carlos Ferrreira, mesmo concordando, ressaltou que não podemos deixar de lado a ajuda que o RH das empresas pode oferecer no processo inicial de abordagem do trabalhador. Ele chamou a atenção, por fim, para a inexistência de modelos universais. Afinal, cada entidade tem as suas particularidades, sua forma de agir e, por isso mesmo, estratégias diferentes. A Valueprev parece ter encontrado o seu melhor caminho, com uma captação média de R$ 7 milhões mensais.
Para viabilizar os Encontros Regionais, a Abrapp conta com grandes parceiros. Acesse o site no link abaixo para conhecer mais sobre cada um: Patrocínio ouro: Bradesco Asset Management. Prata: Global X, Itajubá Investimentos e Santander Asset Management. Bronze: BNP Paribas Asset Management e Trígono Capital. Apoio: Fator, HMC Capital, IAP, Mirae Asset e PFM.
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(Por Jorge Wahl)