Epinne EPB 2024 debate perspectivas para o asset allocation e investimentos em infraestrutura 

O primeiro painel do segundo dia do Epinne EPB 2024 promoveu o debate sobre a utilização do asset allocation para a gestão de recursos dos planos de benefícios nesta sexta-feira (26/07). O evento é realizado em dois dias na cidade do Recife com organização da Fachesf, Compesaprev, Bandeprev e apoio institucional da Abrapp e ICSS. 

Bruno Maueler, Sócio e Diretor de Soluções de Investimentos da SPX Capital, explicou que o asset allocation deve estar relacionado com o tipo de plano, com a sua duration e suas características específicas. Com base nisso, devem ser traçados seus objetivos de risco e retorno. Para um plano com objetivo de risco maior, por exemplo, exige maior diversificação. Já um plano com menor nível de risco, pode manter uma asset allocation com baixa diversidade. 

César Aragão,  Diretor de Relações com Investidores, Produtos e Alocação da Bahia Asset Management, alertou que o fator do futuro é o mais importante na definição do asset allocation. Ele explicou que é preciso dividir essa questão em ativos de curto prazo e de longo prazo. E o mais importante é a alocação estratégica de longo prazo. As alocações táticas de curto prazo não são tão importantes, por exemplo, se vai entrar ou sair da Bolsa nos próximos meses. 

Rodrigo Abreu, Estrategista Família Asa Alpha, defendeu que é preciso olhar os preços de acordo com o cenário macro. “Temos de montar um portfólio adequado para o novo cenário. Estamos em um momento de grandes oportunidades, aproveitando que o macro mudou”, disse o gestor da Asa Alpha. Ele defendeu a busca de opções na renda fixa para melhorar a otimização desta classe de ativos. “É preciso descer nos detalhes, nos pormenores para melhorar a performance das carteiras”, comentou.

O painel contou com moderação de Carla Menezes, Coordenadora de Investimentos da Compesaprev. 

Infraestrutura – O painel seguinte abordou o tema dos “Investimentos em Infraestrutura”, com apresentações de alguns dos principais gestores do mercado. Túlio Machado, Chefe de Investimentos de Infraestrutura da XP Asset Management, disse que na matriz de risco e retorno dos portfólios, a maior parte dos investimentos em infraestrutura apresentam fatores bastante previsíveis. Os riscos se concentram na fase inicial dos projetos que procuram ser mitigados com a elaboração de contratos bem elaborados. Um dos exemplos de negócio com alta previsibilidade são os projetos de transmissão de energia. Ele citou também as boas perspectivas dos projetos de energia renovável, muitos dos quais estão concentrados na região nordeste do país. “São ativos resilientes e previsíveis bastante adequados para os investidores de longo prazo”, disse.

Thiago Bronzi, Managing Director do Pátria Investimentos, citou como exemplo de negócio seguro, em que os contratos são respeitados, é o de concessão de aeroportos. Ele lembrou que os contratos de concessão do setor aeroportuário, em geral, são honrados pelos agentes do estado. 

Gustavo Cortes, Sócio e Gestor de Crédito da Vinci Partners, destacou o elemento da escalabilidade dos ativos de infraestrutura. Ele traçou a trajetória destes investimentos, que no passado, estavam concentrados no financiamento público através do BNDES. Com a redução da atividade financiadora do BNDES, a maior parte do financiamento dos ativos de infraestrutura tem origem no mercado de capitais e do setor privado. E destacou que ativos como debêntures indexadas à inflação são papeis muito adequados para o passivo das fundações. 

Luis Bolfoni, Sócio e Gestor de Crédito da BTG Pactual Asset Management, alertou para a importância da mensuração e controle de riscos na seleção dos projetos de infraestrutura. O primeiro fator e mais crítico é o risco de construção do projeto. Neste quesito, é preciso avaliar a capacidade de quem irá executar o projeto. Para mitigar este risco é preciso estabelecer garantias robustas antes da efetivação do investimento. O gestor disse que as novas regras para debêntures de infraestrutura devem atrair cada vez mais o financiamento pelos investidores institucionais.

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