Epinne EPB 2024 discute perspectivas da renda variável e dos investimentos alternativos 

Realizado na capital pernambucana nos dias 25 e 26 de julho, o Epinne EPB 2024 abordou os cenários e perspectivas da renda variável e dos investimentos alternativos em dois painéis com apresentações de gestores de recursos e especialistas do mercado. O segundo painel do evento trouxe como tema a “Renda Variável além do Ibovespa” com a participação de Giuliano Dedini, Sócio-Diretor de Gestão de Renda Variável da 4UM; Mário Galvão; Gestor de Investimentos na Tork Capital; e Gustavo Ribas; CEO da NAVI, além da moderação de Kepler Dias, Gerente de Investimentos da Fachesf. 

A gestão ativa em renda variável foi abordada no primeiro painel com estratégias diversificadas não concentradas no Ibovespa. “O Ibovespa é um índice muito concentrado que não contribui para a gestão com geração de alfa”, disse Giuliano Dedini. O gestor falou sobre a adoção de estratégias que driblam os problemas do Ibovespa, como por exemplo, a seleção de small caps. “Gostamos de olhar o que está fora do Ibovespa, aqueles 10% a 15% do mercado com menor liquidez, onde existem boas oportunidades”, disse o gestor da 4UM. 

Mário Galvão, Gestor de Investimentos na Tork Capital, apresentou dados que mostram que os melhores fundos ativos do mercado alcançaram resultados muito acima do Ibovespa em janelas de períodos como nos últimos 5 anos ou 10 anos. Para o gestor, as empresas mais sólidas e mais líquidas também se constituem como boas alternativas para se alcançar  resultados satisfatórios na gestão ativa de renda variável. Por isso, os fundos de investimentos com Patrimônio Líquido de maior volume podem obter desempenhos de destaque no mercado. 

Gustavo Ribas, CEO da NAVI, abordou as características peculiares do mercado doméstico, com um setor produtivo de baixa produtividade, insegurança jurídica e taxas de juros estruturalmente elevadas. “É um ambiente hostil para as empresas e para os investidores. Por isso, é importante selecionar empresas com negócios resilientes, pouco alavancadas, para se proteger dos juros mais elevados”, comentou. O gestor citou o case da Equatorial, como uma empresa eficiente que tem apresentado retornos elevados nos reinvestimentos.

Oportunidades com alternativos – Outro painel do primeiro dia do evento tratou das diversas modalidades de investimentos estruturados, em especial, dos fundos imobiliários, multimercados e ativos de infraestrutura. 

Gustavo Baltar,  Head de Multimercados Macro da Santander Asset Management, explicou que o fator mais importante para a gestão do risco e obtenção de maiores retornos é o tempo. “Temos de encontrar maneiras de permanecer no investimento. É a flexibilidade que nos dá resiliência para permitir ficar mais tempo investido”, defendeu. 

E apontou que a resiliência é alcançada com a maior diversificação do portfólio. Neste sentido, os fundos multimercados se apresentam como opção de diversificação em horizontes mais curtos de tempo. “Os multimercados se adaptam com prazos mais curtos e casam bem com outras estratégias de prazos mais longos”, comentou.  

Marcus VaIpassos, Gestor de Ativos Imobiliários na Icatu Vanguarda, apresentou as características e a evolução do mercado de fundos imobiliários, diferenciando os produtos com estratégias de papel (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e de tijolos (shoppings, lajes corporativas, etc). Mostrou que nos últimos anos o setor de fundos de papel cresceu acima da média de mercado, representando atualmente cerca de 40% do setor. O segmento foi puxado pelos fundos high yield, mas que enfrentaram forte crise durante a pandemia. Atualmente, o segmento de fundos de tijolos representam 54% do setor. 

O gestor da Icatu Vanguarda apontou que os ativos imobiliários devem ser bem selecionados para oferecer resiliência, preservação de patrimônio e ganhos reais. São ativos que podem oferecer segurança de ativos soberanos, com geração previsível de caixa ao longo do tempo, mas desde que passem por critério eficiente de seleção. 

Carolina Rocha, COO da Perfin Infra, abordou as perspectivas dos investimentos em infraestrutura, com destaque para as oportunidades do setor de energia, principalmente em transmissão. Reconheceu que os FIPs são investimentos de longo prazo, que podem dar  um frio na barriga do investidor. “Mas se o investimento é bom, com alto retorno, por que não? São investimentos que podem oferecer um excelente diferencial de retorno em comparação com CDI e Ibovespa”, comentou. 

E também destacou que o processo de diligência e de entrada no investimento faz toda a diferença. “Somos muito conservadores na hora de entrar. Quando a entrada é boa, é possível sair sem dificuldades”, disse a especialista. Nos investimentos em infraestrutura, as variáveis podem ser bem mensuradas para dar mais tranquilidade para o investidor de longo prazo. E são capazes de oferecer melhor retorno adequado a risco, com uma importante descorrelação em relação a outras classes de ativos.

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