Lançado no segundo semestre de 2020, o Projeto HUPP, gerido pela Conecta Soluções Associativas – primeiro Hub voltado para o setor de previdência privada – realizou as primeiras provas de conceito ao longo de 2021 e já prepara a apresentação de experiências que resultaram em soluções. Já são seis as provas de conceito (POC), que foram realizadas ou estão em andamento. Isso quer dizer que seis startups devem oferecer soluções inovadoras que serão compartilhadas com as associadas da Abrapp – ver lista ao final.
“Temos uma necessidade evidente de passar por um processo evolutivo de inovação. Para isso, lançamos o HUPP para promover a aproximação com o ecossistema de startups”, diz Luís Ricardo Martins, Diretor-Presidente da Abrapp e Diretor-Presidente da Conecta. Ele avalia positivamente a evolução dos trabalhos do Hub e o avanço para a realização das provas para testar as soluções.
“Através da Conecta e da Abrapp, o Projeto HUPP está cumprindo seu papel de facilitar o desenvolvimento de soluções digitais. Vivemos um momento que pede uma imersão tecnológica e a pandemia acelerou ainda mais essa necessidade”, comenta o Diretor-Presidente.
Cláudia Janesko, Superintendente Executiva da Conecta, lembra que o Projeto HUPP selecionou inicialmente 17 startups, das quais, 15 delas deram “match” com 11 entidades fechadas (EFPC). “Acreditamos que o HUPP está alcançando aos poucos o seu objetivo de ser um facilitador para o processo de transformação digital. Além das soluções, que são importantes, é claro, tem também o fomento de uma nova cultura e novo mindset para nosso setor”, explica.
As soluções desenvolvidas após as provas de conceito do Projeto HUPP devem ser apresentadas em um evento no primeiro trimestre de 2022, em data ainda a ser definida. Antes do evento, as entidades e startups que foram responsáveis pelo desenvolvimento das soluções circularão relatórios com informações sobre todo o processo realizado dentro do ambiente do HUPP. Os produtos estão voltados para atender às novas demandas do setor, tanto para atender o estoque quanto para o fomento dos planos, com a utilização intensiva de tecnologia digital, inteligência artificial e outros recursos inovadores.
Condições favoráveis – Cláudia Janesko destaca alguns diferenciais das entidades que facilitaram o avanço para as provas de conceito e soluções. “Percebemos que é importante buscar maior agilidade no processo de tomada de decisões e acompanhamento. É preciso engajamento nos projetos”, diz a Superintendente da Conecta. Ela ressalta que alguns departamentos têm participação mais relevante para permitir o avanço para as soluções, em especial as áreas jurídica, de compras e orçamento.
Ela também destaca a importância da adoção do conceito de “inovação aberta”, que leva em conta o nível de risco das iniciativas. Ou seja, é um conceito que considera as possibilidades que as soluções podem se confirmar ou não. “Existe o risco de se investir e não dar certo e isso é natural. Em todo caso, mesmo que a solução não se confirme, fica o aprendizado que pode levar a uma mudança no mindset”, comenta Cláudia.
A Superintendente da Conecta lembra também que o trabalho do HUPP foi impactado por fatores externos, principalmente decorrentes da pandemia, que trouxeram novas dinâmicas e demandas para as entidades. Esses fatores, como por exemplo, a adaptação ao trabalho em home office, em alguns casos contribuíram para atrasar o desenvolvimento das soluções. “Foi um período em que vimos que muitas entidades tiveram de correr para se adaptar aos desafios da pandemia. Mesmo assim, em geral, avaliamos positivamente os avanços dos trabalhos das entidades e das startups”, diz Cláudia.
Caso da Capef – Uma das entidades que avançou com o desenvolvimento de uma solução inovadora dentro do ambiente do Projeto HUPP foi a Capef. Raquel Ribeiro de Oliveira, Gerente de Desenvolvimento Institucional da entidade, lembra que a prova de conceito (POC) com um sistema de reconhecimento facial foi realizada em março de 2021. Com a solução desenvolvida em conjunto com a startup Inovamind foi realizado todo o processo de recadastramento no mês de maio passado. Cerca de 6 mil participantes utilizaram o novo sistema para se recadastrarem na entidade.
“O maior desafio foi promover a adaptação da solução para nossas necessidades e nosso público”, diz Raquel. O público de idade mais avançada apresentou dificuldade de manejo com a nova tecnologia. A equipe da Capef investiu no processo de comunicação, com a realização de “lives” e disponibilização de tutoriais. Uma das saídas encontrada foi a de oferecer vários canais de validação para o envio de fotos, como SMS, WhatsApp e Facenet. “Estamos muito satisfeitos com o reconhecimento facial. É uma forma mais célere com menor custo que os processos tradicionais”, comenta a Gerente da Capef.
Ela explica que o recurso da biometria permite que o processo seja totalmente automatizado. Após sua utilização no recadastramento, o novo sistema passou a ser utilizado também na assinatura de contratos de empréstimos a participantes.
Raquel de Oliveira destaca que uma das maiores contribuições do Projeto HUPP foi a de permitir o acesso ao maior número de startups para desenvolver soluções para o setor como um todo. “É muito mais difícil buscar soluções isoladamente para cada entidade. O HUPP permite o acesso a diversas startups de uma só vez”, explica. Além das soluções em si, ela explica que o Hub permite o desenvolvimento de um aprendizado no convívio com as startups, com a realização de mentorias e a vivência do dia-a-dia. E no final do processo, são validadas soluções que poderão ser compartilhadas para todo o setor.
“Gostaria de ressaltar todo o aprendizado que estamos acumulando com o HUPP. Independente de qualquer solução, percebemos que temos de conhecer melhor nosso público para mitigar o desconforto do contato com as novas tecnologias. Temos de desenvolver um processo de comunicação mais assertivo, para oferecer alternativas e quebrar resistências”, diz Raquel. E tudo isso tem sido permitido através da participação no HUPP.
“É um trabalho muito importante para atrair diversos players de tecnologia, que passaram a conhecer as demandas de nosso setor”, comenta. Ela lembra que o trabalho de pré-qualificação do HUPP atraiu a participação de cerca de 50 startups, das quais foram selecionadas 17 e que resultaram nos 15 matches.
Veja abaixo a lista dos matches que avançaram para as provas de conceito (POC):