O Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP) realizou um levantamento para identificar quais competências os profissionais de administração consideram imprescindíveis em suas rotinas de trabalho. A pesquisa ouviu 444 profissionais entre os dias 19 e 30 de agosto, e tomou como base o relatório “O Futuro do Trabalho”, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), que elencou 15 competências em alta no mercado de trabalho até 2025.
No topo do ranking ficou para a inteligência emocional, citada por 63,3% dos entrevistados, seguida pela resolução de problemas (59,7%) e a resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade (56,5%). O estudo mostrou também que os profissionais estão cientes da importância de aprimorar suas competências profissionais, sendo que 68,1% responderam que participaram, nos últimos 24 meses, de algum curso ou treinamento.
“Ao lado da evolução digital, temos um ambiente de constante transformação, que obrigatoriamente demanda equilíbrio e inteligência emocional para ser enfrentado. O conhecimento técnico, rotineiro e baseado em instruções é, de certa forma, muito mais simples do que o comportamento humano, que carrega uma série de questões subjetivas, como as trajetórias e demais particularidades de cada pessoa”, comenta Alberto Whitaker, Presidente do CRA-SP (foto acima), em entrevista ao Blog Abrapp em Foco.
Ele considera que os profissionais que conseguem lidar com as cargas emocionais de uma forma mais resiliente têm sim um diferencial no mercado de trabalho, em especial para aqueles que ocupam posições de liderança, onde suas emoções têm um impacto e influência ainda maior. “Conseguir manter bons relacionamentos pode ser muito mais impactante para a Administração do que aprender uma nova funcionalidade tecnológica”, diz Whitaker.
Outro ponto destacado foi que mais de 80% dos profissionais acreditam que as competências comportamentais são as mais difíceis de desenvolver. Entretanto, apenas 45,5% dos entrevistados tiveram a oportunidade de aprimorar essas habilidades durante a graduação.
“Ao segmentar os resultados por idade, pudemos ver que 66,7% dos profissionais mais jovens, entre 26 e 35 anos, afirmaram que tiveram sim o desenvolvimento de competências comportamentais na graduação. Acredito que isso se deva ao fato de que esse tipo de competência é um tema relativamente recente e adotado pelas faculdades apenas nos últimos anos”, pontua o Presidente do CRA-SP. Ele considera natural que os cursos, e não só os de Administração, se atualizem com o decorrer do tempo.
“A inserção deste tipo de desenvolvimento comportamental é muito mais relevante hoje do que há 30, 40 anos, por isso os profissionais mais velhos não tiveram essa experiência. Então acho que esse é um cenário que já está em transformação. Encaro com otimismo essa mudança, pois neste mesmo estudo vimos que 78,2% dos profissionais acreditam que a responsabilidade pelo desenvolvimento de competências é do próprio profissional”, afirma Whitaker.
Em relação aos desafios para o desenvolvimento contínuo, a falta de tempo (42%) e de recursos financeiros (39,2%) foram citados como os principais obstáculos para a realização de mais cursos, seguidos pela dificuldade em escolher opções de qualidade diante da vasta oferta disponível no mercado (31,1%).
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