Mansueto Almeida aborda oportunidades de investimentos em infraestrutura no Epinne EPB 2024

Em palestra realizada nesta quinta-feira (25/07) no Epinne EPB 2024, o Economista-Chefe e Sócio do BTG Pactual, Mansueto Almeida, falou sobre as oportunidades em investimentos em infraestrutura, citando que há empresas emissoras de debênture interessadas em antecipar o fluxo de caixa para aumentar a rentabilidade dos projetos. “Hoje, no Brasil, descobrimos que para ter bons serviços de infraestrutura, não precisa ser estatal”, disse.

Ex-Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto comentou que o Brasil passa por uma situação de contas externas sólida e uma inflação que vem arrefecendo. “Isso acontecendo, o governo atual terminará com a menor inflação média em 4 anos desde o Plano Real”, disse. O evento é realizado na cidade do Recife com a participação de mais de 400 pessoas entre dirigentes, profissionais, autoridades e prestadores de serviços. 

Os números vêm se mostrando positivos, continuou o economista, sendo que o mercado de trabalho levou o Brasil a ter um crescimento forte no início do ano. Segundo dados do final de junho divulgados pelo IBGE, o desemprego no país reduziu para 7,1%, menor taxa para um trimestre encerrado em maio desde 2014. 

“A gente cresceu num país em que o grande problema sempre foi desemprego, falta de trabalho. Não é mais. Daqui para frente, o grande problema do Brasil será falta de mão de obra”, ressaltou Mansueto.

Em termos de investimento, o economista alertou para uma necessidade de ajuste nas taxas dos títulos públicos. “Se a NTN-B ficar em 6,3% ao ano, não vai dar certo, isso não é sustentável”, ressaltou, enfatizando que o governo precisa dar maior segurança de que o curso da regra fiscal não se alterará para que o mercado financeiro apresente melhorias.

“O Brasil está barato. A Bolsa está em torno de 127 mil pontos, com múltiplos muito baixos, e os resultados das empresas no primeiro trimestre foram bons, e no segundo trimestre, teve forte recuperação do setor de serviços”.

Segundo ele, devido a tantas mudanças nas regras fiscais, o mercado financeiro começou a  precificar um cenário negativo, o que afetou o preço dos ativos. “Cenário de curto prazo está muito ruim. Em relação a 5 ou 7 anos atrás, o Brasil melhorou. Temos investimentos em infraestrutura, os estados estão fazendo concessões em saneamento”, disse, citando ainda outros setores, como aeroportos, energia, que terão oportunidade de investimento.

Para ele, o momento do mercado é difícil e de incerteza, mas se o governo respeitar as regras fiscais, a taxa de juros cairá, pois a inflação se manterá controlada.

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