MyNews aborda planejamento, educação previdenciária e diferença entre planos patrocinados e instituídos

Regidia Frantz, Diretora Superintendente da Previsc, foi entrevistada no quadro Previdência para Todos do Almoço do MyNews desta quarta-feira, 4 de novembro, pelas jornalistas Mara Luquet e Myrian Clark, e abordou a importância do planejamento para uma renda segura no futuro; educação previdenciária e a diferença entre planos patrocinados e instituídos.

No início da entrevista, foi apresentada uma pesquisa do IBGE referente a 44 milhões de aposentados pelo INSS no Brasil mostrando que apenas 1% se mantém com o saldo da aposentadoria, enquanto 25% continuam trabalhando, 28% dependem de caridade, e 46% dependem de parentes. “Muitas pessoas, quando acabam se aposentando, continuam a trabalhar de alguma forma. Apenas 1% consegue sobreviver somente com sua renda e tem pessoas que dependem de caridade. É um cenário muito preocupante. A pessoa pode fazer a opção de trabalhar, mas que ela faça porque quer uma qualidade de vida melhor ou porque quer dar continuidade à atividade laboral, mas não por necessidade. O grande desafio que temos é reverter isso”, disse Regidia.

Ela destacou que não cabe mais falar em aposentadoria, e sim em renda futuro. “A pessoa ter um investimento na poupança ou na bolsa, mas previdência tem outro objetivo: de gerar uma renda no futuro”, disse. Entre os desafios do sistema apontados por ela está o total de pessoas que têm uma previdência complementar e quantas, de fato, tem um olhar sobre qual a renda que isso vai gerar. “A pessoa pode até ver o montante que ela tem, mas esse montante vai gerar quanto de renda? Outro desafio é fazer uma relação dessa renda com os gastos futuros”, disse, explicando que não basta projetar a renda futura, é preciso calcular quais serão as despesas no futuro, que devem ser acompanhadas e ajustadas ao longo do tempo.

Educação previdenciária – Ela destacou ainda a importância da pessoa mais jovem passar a pensar na previdência para o futuro. “A pessoa mais jovem tem muitas prioridades, mas se desde o início as pessoas começarem a se dar conta que às vezes é importante economizar um pouco, isso cria uma cultura de previdência. Isso é um grande desafio. Se a pessoa começa mais cedo, ela tem uma rentabilidade dos investimentos que auxilia muito esse processo”, disse. Além disso, Regidia aponta que o cenário ideal seria que a educação previdenciária ocorresse nas nas escolas. “Esse seria o melhor cenário para começar a virar uma questão cultural. Mas temos um grande um desafio nesse sentido”.

Planos instituídos – Regidia explicou a diferença entre planos patrocinados e instituídos, dizendo que sua entidade, a Previsc, conta com os dois tipos de planos. “Os planos patrocinados são oferecidos por empresas aos seus funcionários, com contrapartida contributiva da empresa. Já os planos instituídos estão mais voltados a planos familiares ou através de uma associação. No nosso caso, os trabalhadores da indústria de Santa Catarina e empresas de tecnologia podem participar desses planos. A diferença básica entre o plano patrocinado e os instituídos é que o instituído vem no sentido de ampliar o potencial de pessoas que poderiam aderir a um plano de previdência fechado, pois no modelo patrocinado é mais restrito, somente para quem é empregado de uma determinada empresa”, disse, reforçando que o leque da previdência complementar abriu muito com os planos instituídos.

Regidia reforçou que no plano patrocinado, há ajuda da empresa, enquanto no instituído, as contribuições são somente do participante. “A questão da educação financeira e previdenciária talvez seja muito mais importante nos planos instituídos”, explicou. Ela ressaltou que o mercado de trabalho está mudando, e por isso a questão do plano individual deve ganhar cada vez mais relevância. “Quando a gente pensa em futuro, as pessoas devem ter clareza sobre isso. Não dá mais para transferir tanto esse papel para o Estado. Essa conscientização é um desafio e uma necessidade cada vez maior”, complementou.

O quadro mostrou ainda dois depoimentos sobre os benefícios de se fazer um plano de previdência privada não somente para a pessoa, mas podendo estender aos familiares, complementando ainda os valores recebidos pelo INSS, que não são o suficiente para ter uma renda segura no futuro. “Ficou claro o quanto a previdência complementar dá respaldo necessário para aposentadoria”, disse Regidia. “Esses depoimentos são importantes para a gente disseminar a questão da previdência complementar”.

Sempre é tempo para começar – Regidia destacou que sempre é tempo para começar a formar a previdência, e os ajustes podem ser feitos no valor da contribuição de acordo com a proximidade de cada pessoa da aposentadoria. Ela reforçou que o setor de previdência complementar é extremamente regulamentado. “O risco é mais de acompanhamento sobre as reservas, e a pessoa deve ter claro qual expectativa que ela tem, o quanto precisa contribuir, olhando uma instituição que seja sólida, e fazendo o acompanhamento dos investimentos. Os planos instituídos também dão flexibilidade de definir qual perfil de investimentos ela quer, se é mais conservador ou mais arrojado”.

Assista à entrevista completa aqui (a partir do minuto 35:00). O quadro Previdência para Todos é fruto da parceria entre Abrapp e MyNews. A iniciativa tem por objetivo difundir o conhecimento sobre a previdência complementar fechada para o grande público e é transmitido semanalmente, sempre às quartas-feiras.

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