Novo ISE B3 divulgará pontuação ESG das empresas para facilitar análise do investidor

Desenvolvido em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) acaba de passar por uma revisão em sua metodologia que o tornará mais simples e transparente para os investidores, além de permitir uma análise ainda mais aprofundada sobre as práticas ASG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) das empresas com capital aberto. O ISE B3 convida para participar de seu processo de seleção as 200 ações mais líquidas da Bolsa.

A nova metodologia passará a considerar uma pontuação ESG para as empresas que responderem ao questionário elaborado com o objetivo de entender como estão suas iniciativas de sustentabilidade. A pontuação vai determinar as companhias que terão mais peso na formação da carteira, ou seja, quanto maior a pontuação ASG, mais aquela companhia será relevante para a performance do índice.

“O ISE B3 é um indicador importante para os investidores que estão ávidos por ativos sustentáveis, mas também tem o papel de estimular as empresas a avançarem em suas práticas ASG”, afirma Ana Buchaim, Diretora Executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3.

De acordo com a executiva da bolsa do Brasil, a reformulação do índice, a mais importante em 16 anos de existência do ISE B3, reforça a transparência do processo e permite que, de fato, as empresas mais evoluídas na agenda ESG tenham destaque na carteira. “Faz parte do nosso compromisso com a evolução da pauta de sustentabilidade entregar um indicador que esteja à altura da sofisticação que o mercado vem ganhando nessa área”, completa Ana.

A nova metodologia foi construída em conjunto com diversos stakeholders. A B3 ouviu e acatou as demandas e sugestões de investidores, empresários e analistas, além de incorporar 55% das 1.278 contribuições recebidas na consulta pública . Foi também incorporado critérios ASG consolidados internacionalmente, como o CDP, um questionário respondido por empresas listadas em bolsas de todo o mundo sobre políticas relacionadas a mudanças climáticas, e a RepRisk, que gera um indicador de risco reputacional para as companhias.

Ambas as pontuações serão consideradas como critério de seleção das companhias no ISE B3. Ou seja, para ser elegível à carteira, a empresa precisa ter nota C ou acima no questionário do CDP e índice RepRisk menor ou igual a 50 pontos nos últimos dois anos. A nota do CDP reflete diferentes níveis de maturidade das empresas com relação ao tema da mudança climática, variando de D- a nota A.

Dentro de cada estágio, é esperado que a empresa atinja determinados requisitos antes de passar para o próximo nível. A nota de corte, nota C, prevê que a empresa divulgue as emissões de escopo 1 e 2, divulgue e defina metas absolutas de emissões de intensidade no médio prazo, demonstre engajamento com sua cadeia de valor, entre outros requisitos.

De acordo com Rebeca Lima, Diretora-Executiva do CDP Latin America, “Há 20 anos, o CDP ajuda a colocar a mudança climática no centro da tomada de decisões. Hoje, são mais de 10 mil organizações que reportam os dados relacionados às suas ambições climáticas na nossa plataforma. Nesse sentido, o CDP se une ao ISE B3 para integrar o reporte, buscando facilitar o processo para as empresas que divulgam seus dados a essas duas iniciativas. Essa parceria entre CDP e ISE B3 vai além da integração de dados e informação, mas amplifica o impacto dos esforços das duas organizações na promoção da transparência corporativa e do reporte climático”, diz.

Scoring CDP – O CDP trabalha com as forças de mercado para motivar empresas a divulgar seus impactos sobre o meio ambiente e os recursos naturais e tomar medidas para reduzir impactos negativos.

A organização usa a metodologia de pontuação para incentivar as companhias a medir e gerenciar impactos ambientais por meio da participação em seus questionários sobre mudanças climáticas, água e florestas.

Os questionários do CDP para 2021 adotam uma abordagem focada no setor; cada um foi elaborado com perguntas gerais ao lado de perguntas específicas do setor destinadas a setores de alto impacto, seguindo preceitos e conceitos de frameworks reconhecidos (TCFD, etc).

As companhias podem se inscrever a partir de 9 de agosto no site www.iseb3.com.br

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