Postalis seleciona duas novas gestoras de recursos para carteira de investimentos no exterior

Após um processo seletivo que contou com a participação de 18 interessados, o Postalis, Entidade Fechada de Previdência Complementar dos Correios, definiu a contratação de duas gestoras de capitais para operar seus investimentos no exterior: o BTG Pactual e a Franklin Templeton. Elas dividirão cerca de R$ 800 milhões na criação de fundos exclusivos para o Postalis, a serem formados por ativos diretamente no exterior.

“Dividir a alocação em duas gestoras é salutar porque gera concorrência entre as estratégias de cada uma e aumenta a diversificação na nossa carteira. Além disso, ampliamos a transferência de tecnologia para o Postalis, já que teremos relacionamento com casas que possuem visões diferentes e complementares”, avalia o gerente de Investimentos, Ruy Nagano.

Com as novas alocações no exterior, o Postalis aumentará a participação desta classe de ativos na carteira para cerca de 9%, na média dos planos BD e Postalprev, próximo do limite legal autorizado para as entidades fechadas de previdência complementar, que é de 10%. A intenção é captar ganhos de rentabilidade com a valorização do dólar provocada pela recuperação da economia norte-americana, mas os gestores também poderão apresentar oportunidades em outras partes do mundo.

O interesse de 18 dos principais gestores de capitais no mundo em participar da seleção do Postalis foi uma surpresa positiva para o Instituto, que desde o fim da intervenção federal, em dezembro de 2019, reconstituiu a administração com novas lideranças e fortaleceu a governança dos investimentos.

Por isso, a expectativa é de que o próximo edital de seleção de gestores atraia ainda mais concorrentes. O Instituto irá buscar mais um gestor para a carteira de renda variável no Brasil. Serão mais R$ 600 milhões nesta classe de ativos destinados ao novo gestor a ser escolhido. O foco é o mesmo: ampliar a diversificação, o relacionamento e a rentabilidade, essencial para cumprir as metas atuariais dos planos de previdência.

Ampliação do limite – A Abrapp e suas associadas têm se posicionado a favor da ampliação do limite para investimentos no exterior definido pela Resolução CMN 4.661/2018. Desde antes do advento da pandemia, a associação e suas comissões técnicas estão dialogando com a direção da Previc e do Ministério da Economia no sentido de defender o aumento deste limite, que é de apenas 10% do patrimônio dos planos.

O Diretor Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, destacou, que por se tratar de uma alteração em uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), há um compasso de espera maior devido a outras prioridades desse momento dentro do Ministério da Economia. “Esse é um pleito do segmento e a expectativa é que a gente possa, o quanto antes, dobrar esse limite para investimentos no exterior”, disse durante webinar realizado pela Abrapp no último dia 14 de maio (leia mais).

Em função da necessidade de maior diversificação, aumentam os casos de fundações que chegam próximo ou até extrapolam o limite máximo de investimentos no exterior. É o caso, por exemplo, da Vivest, que alcançou resultados bastante positivos com a carteira de ativos internacionais no ano passado (veja aqui).

Em outro caso, a Value Prev teve de realizar um redução da carteira de fundos no exterior por conta da valorização dos ativos. “Os resultados da carteira no exterior foram muito positivos nos últimos meses. Foram tão bons que tivemos de realizar desinvestimentos para trazer de volta do limite da resolução”, explica João Carlos Ferreira, Diretor Superintendente e AETQ da Value Prev. Ele se mostra favorável ao aumento do limite da regulação atual para uma faixa acima dos 10% atuais.

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