Previdência é coisa de jovem e inscrição automática são destacadas em entrevista

Devanir Silva

Previdência é coisa de jovem. A frase curta, um conceito numericamente fácil de aceitar visto que quem tem mais vida à frente muito provavelmente terá também mais tempo para acumular uma reserva maior sem precisar poupar um valor alto todo mês, é repetidamente utilizada nas campanhas da Abrapp, para alertar os que acabaram de ingressar no mercado de trabalho para a necessidade de não demorarem a se preocupar com a aposentadoria. Aliás, de tão sério o assunto virou tema neste sábado (12) do programa MyNews Previdência no YouTube, em que a jornalista Mara Luquet entrevistou o Superintendente Geral da Abrapp,  Devanir Silva.

Por sinal, lembrou Mara, o programa chamou Devanir para a entrevista por ser ele portador de “uma história inspiradora”, que mostra exatamente a importância de se começar a poupar para a aposentadoria desde jovem. Ex-funcionário da Promon Engenharia e, nessa condição, atualmente participante assistido da Fundação Promon de Previdência Social, ele reafirmou em diferentes momentos em suas respostas o muito que é hoje grato por ter sido, ao ingressar na empresa, praticamente obrigado a participar do plano previdenciário. “Na época, ainda muito jovem, não entendia muito bem a importância disso e até certo ponto me desagradava a dedução no salário bruto, mesmo a empresa pagando o dobro da contribuição que o funcionário vertia. Agora, agradeço muito”, resume Devanir.

Mas, para o Superintendente Geral da Abrapp, a trajetória abre não só espaço para agradecer às empresas que  na prática obrigavam os seus novos funcionários a ingressarem em seu plano previdenciário,  mas também mostra o quanto a Abrapp está na direção certa ao defender  adoção de uma prática que se mostra vitoriosa no mundo, sendo a Inglaterra um dos melhores exemplos atualmente desse êxito. Ele se referia à adesão automática. Tal mecanismo não obriga o trabalhador a permanecer na previdência complementar, apenas o inscreve automaticamente e lhe permite, decorrido um curto espaço de tempo, sair dela sem qualquer tipo de ônus. A intenção dos legisladores e governos é tão somente inverter a inércia que faz com que as pessoas tendam, conforme deixam evidente os muitos estudos de finanças comportamentais,  a adiar as decisões.

Em resumo, as pessoas, no lugar de adiar ou simplesmente esquecer de decidir pelo seu ingresso no plano de previdência,  terminam por retardar ou até deixar para o nunca a opção por sair dele. Estudioso das experiências internacionais, Devanir diz estar se mostrando “muito alto o nível de permanência dos ingleses nos planos de previdência onde foram inscritos automaticamente”.

A entidade da qual Devanir participa, a Fundação Promon, é exemplo de um outro êxito que pode ajudar os jovens a optar mais facilmente pela Previdência Complementar como a melhor forma de se prepararem para a aposentadoria.  A Fundação Promon já paga desde o ano passado, em plena pandemia, não apenas o benefício previdenciário regular, como distribui adicionalmente o superávit acumulado, e continuará a fazê-lo por cerca de mais dois anos.
Ajuda nisso, continuou Devanir, o fato de os dirigentes da entidade, como em uma enorme maioria os das demais mais de duas centenas de entidades, serem guiados por uma visão de longo prazo, que supera as flutuações diárias, a chamada volatilidade que tanto assusta os investidores novatos.

A isso se acresce uma governança segura e uma supervisão abrangente por parte das empresas patrocinadoras e organismos instituidores, a partir de uma base legal e normativa que evoluiu muito favoravelmente. Tudo isso resultando em uma sensação de segurança que Devanir resume assim: “Já vivemos umas 18 crises e continuamos firmes”.
Questionado pela jornalista Mara Luquet sobre o significado do ingresso dos servidores na Previdência Complementar agora em todas as instâncias do Poder Público , Devanir notou que, se por um lado, a maioria deles perdeu a aposentadoria regida pela integralidade do salário, por outro ganha a segurança que traz uma reserva depositada em uma conta em seu nome. Agora passa a constituir um patrimônio seu, independente do equilíbrio maior ou menor das contas públicas. (Jorge Wahl)

Clique aqui para assistir a entrevista na íntegra.

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