Redução do Carbono: Desinvestimento ou engajamento construtivo?

A publicação de um artigo escrito pelo Ministro da Previdência e Inclusão Financeira (Pensions and Financial Inclusion) do Reino Unidos Guy Opperman gerou uma polêmica em torno da melhor postura para ampliar a adoção de práticas de descarbonização pelas empresas.

Escrevendo no The Telegraph no início do mês de julho, o Ministro argumentou que os investidores com preocupações ambientais deveriam manter seus estoques de ativos em empresas de petróleo e gás para que possam “incomodar, persuadir e votar para que as empresas adotem práticas comerciais de baixo carbono”. Desde então, Opperman procurou esclarecer sua posição, argumentando que o desinvestimento “deve fazer parte de uma abordagem estratégica para gerenciar a exposição ao risco dos planos de benefícios”, disse.

Opperman argumentou originalmente que, em vez de exercer pressão por meio do desinvestimento, os investidores deveriam praticar “engajamento construtivo” com empresas de combustíveis fósseis.

Os signatários da carta publicada na semana passada, que inclui Mark Campanale, fundador do Carbon Tracker, disseram que essas táticas são equivocadas, acrescentando que o desinvestimento pode ajudar a proteger os recursos dos participantes de se concentrarem em ativos de combustíveis fósseis ociosos à medida que o mundo transita para uma economia de baixo carbono.

“A afirmação de Opperman de que a colaboração por meio do envolvimento de investidores pode transformar grandes empresas de combustíveis fósseis em empresas de baixo carbono não é confirmada por evidências”, afirma a carta. “A pressão dos investidores nunca reformulou o negócio principal de nenhuma empresa e não pode transformar todo um setor”.
As atuais diretrizes do governo para os gestores de fundos de previdência reconhecem o desinvestimento como uma estratégia apropriada para aqueles que desejam tomar medidas para combater as mudanças climáticas.

Respondendo às críticas, no entanto, Opperman reiterou o compromisso do governo em alcançar sua meta carbono zero para 2050. “Não podemos fazer isso sozinhos e esperamos que empresas e fundos de previdência se juntem a nós para fazer parte da mudança”, acrescentou. “Nossas alterações em 2019 às regulamentações sobre questões ambientais, sociais e de governança estão mudando a maneira como os fundos e os gestores de ativos operam. Forçar os fundos a alienar e vender seus ativos a terceiros seria derrotista e contraproducente”, argumentou o Ministro.

Plano de desinvestimento – A Nest, um dos maiores fundos de previdência do Reino Unido, que conta com o mecanismo da inscrição automática, anunciou um cronograma de desinvestimento de combustíveis fósseis como parte dos planos de avançar para uma carteira de investimentos com carbono zero até 2050. O fundo pretende desinvestir totalmente de empresas envolvidas em carvão térmico, areias betuminosas e perfuração do Ártico até 2025 (

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