Seminário de Gestão de Investimentos aborda a integração de aspectos ASG e de impacto nas gestão de recursos

A apresentação da gestão de investimentos com a integração ASG (ambientais, sociais e de governança) e sua diferenciação dos fundos de impacto social foram debatidas no painel 10 do 13º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC, que aconteceu nos dias 26 e 27 de junho, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Com o tema central “Benefícios financeiros e impacto social: integração de critérios ESG na gestão de investimentos”, o painel contou com moderação de Walter Mendes, membro do Conselho Deliberativo da Abrapp e Diretor-Presidente da Vivest. 

Walter Mendes introduziu o tema do painel ao citar o ASG como uma questão cada vez mais relevante em um momento histórico que registra eventos climáticos complicados com fortes impactos sobre a economia. Ele comentou que sua entidade tem promovido avanços na integração de tais critérios na gestão dos investimentos. “Resolvemos criar um comitê de sustentabilidade na Vivest no ano passado, além da elaboração de um suplemento de informações ASG em nosso relatório anual”, disse.

Tatiana Sasson, Head de Impacto Latam da Lightrock, explicou as diferenças da integração ASG na análise das companhias dos investimentos de impacto social. Os fundos ASG olham para o negócio e as práticas das empresas. Por exemplo, uma empresa de tabaco com boa governança e que segue aspectos ambientais e sociais pode ser bem avaliada em ASG. Já os fundos de impacto olham para o que a empresa está fazendo, ou seja, além dos aspectos ambientais e sociais, o gestor verifica se o negócio gera efeitos positivos. 

A gestora explicou que os fundos de impacto avaliam se os efeitos sociais positivos estão dentro do “core” do negócio. Outro aspecto avaliado pelos fundos é a possibilidade de mensuração do impacto positivo e outro elemento essencial é o retorno financeiro. “Os investimentos de impacto não têm a ver com filantropia. Verificamos o que a empresa está fazendo e a estratégia com retorno financeiro e criação de valor”, comentou. Como exemplos de empresas de impacto, foram citadas Creditas, Com Bio, Nubank, Dr. Consulta, entre outras. 

O caso do Dr. Consulta é um exemplo de impacto sobre o negócio de saúde. Trata-se de uma empresa que vem crescendo aceleradamente ao atender uma demanda de uma grande faixa da população que necessita de atendimento de saúde com qualidade e um custo acessível. A empresa já se aproxima da impressionante marca de 3 milhões de pacientes únicos. 

Dever fiduciário e ASG – Raquel Castelpoggi, Coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da Abrapp e responsável pela área de sustentabilidade da Real Grandeza, defendeu que os fatores ASG vão muito além do investimento em títulos relacionados ao tema. “O dever fiduciário exige que façamos a análise dos riscos intrínsecos dos ativos. Os fatores sociais e ambientais estão por toda parte e podem gerar riscos e oportunidades para tudo e para todos, inclusive para investidores. Trata-se de salvaguardar as carteiras de pequenos, médios e grandes riscos ambientais, sociais e de governança”, disse. 

A especialista citou as principais regulações do mercado que tratar os aspectos ASG, como por exemplo, a Circular Susep n. 666/2022 do segmento das seguradoras; Resolução CVM n. 193, das empresas e a Resolução Previc n. 23/2023, que aponta que a política de investimentos das entidades fechadas deve seguir a observância de princípios ambientais, sociais e de governança – assim como já ocorria com a Resolução 4.994/2022. E destacou que o IFRS lançou normas de sustentabilidade (IFRS S1 e S2) que exigem o reporte de aspectos ASG nos relatórios das empresas.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. O evento conta com patrocínio Black: S&P Dow Jones, XP. Ouro: ASA, AZ Quest, BNP Paribas, Bradesco Asset, Carbyne Investimentos, Fator Soluções, Franklin Templeton, Galapagos Capital, HMC, Inter, Investo, Itajubá Investimentos, Perfin, Rio Bravo, Santander, Sparta, Sulamérica Investimentos, TAG Investimentos, Tarpon, Trigono Capital, Vinci Partners. Prata: BB Asset, Novus Capital, Porto Asset. Bronze: Aditus, ARX Investimentos, XTrackers, Itaú Asset, RJI Investimentos, V8 Capital, Safra. Apoio: Apoena, Bahia Asset, HSI, IAP – Itajubá Previdência, Marsche, Método, Pátria Investimentos. 

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