Alocação internacional impulsiona diversificação da carteira e promove redução dos riscos

Um dos temas que não poderia faltar no 11º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC, realizado pela Abrapp nos dias 8 e 9 de junho em São Paulo, é o investimento no exterior. O Painel 8 “Como diversificar a alocação com investimentos no exterior?” promoveu um rico debate com especialistas sobre as possibilidades e vantagens da alocação em ativos internacionais.

Como moderador, Cleiton Augusto Pires, Coordenador da Comissão Técnica da Regional Nordeste de Investimentos da Abrapp e Gerente de Planejamento da Néos, explicou que é sempre importante pensar como aplicar a alocação no exterior na construção do portfólio com suas várias opções de ativos. “O mercado doméstico tem ficado pequeno para as fundações. Temos de avaliar quais os impactos sobre a carteira da inclusão das opções de renda variável no exterior, e também de renda fixa e crédito privado”, disse. Ele lembrou também que a Abrapp e as associadas têm defendido o aumento do limite para os investimentos no exterior presente na Resolução 4.994/2022.

Victor Crisol Arakaki, Executive Director da Morgan Stanley IM, abordou o assunto sob a ótica da diversificação, ao mostrar que há 58,6 mil empresas listadas no mundo, enquanto no Brasil, há apenas cerca de 400 empresas na B3. Não só a quantidade de empresas é imensamente maior no exterior, como também a quantidade de setores, cada um com suas peculiaridades, o que não existe no mercado doméstico.

O especialista falou sobre as empresas de tecnologia, que representam atualmente cerca de 30% do índice S&P 500, algumas delas no setor de tecnologia da informação, outras de semicondutores de chips, e tantas outras de subsetores muito específicos. “E não adianta dizer que o setor de tecnologia está caro”, disse, ao lembrar que há papéis, como por exemplo, da Amazon, que possuem um track record de 34% de retorno médio anual em dólar nos últimos 20 anos.

Denison Fernandes, Gerente de Soluções da BBDTVM, iniciou sua apresentação com uma contextualização do cenário internacional atual, marcado pela saída da pandemia, mas com o advento da guerra da Ucrânia e o retorno da inflação. Ele trouxe a análise da BB DTVM que não necessariamente o cenário de subida dos juros pelo Federal Reserve (FED) e demais bancos centrais ao redor do mundo levem necessariamente as economias a uma recessão profunda. Mesmo com as perspectivas turbulentas e as incertezas que marcar a economia, não é indicado ficar retraído e concentrado em ativos no mercado doméstico.

O especialista da BB DTVM lembrou que as entidades fechadas, segundo dados do Consolidado Estatístico da Abrapp, possuem em média apenas 1,6% do patrimônio alocado em investimentos no exterior. Ainda que algumas poucas entidades tenham uma exposição maior, próxima do limite de 10% permitido pela regulação atual, a média geral ainda é muito reduzida.

Ele defendeu a importância da diversificação, mas para isso, é preciso estudar produtos e tendências, para buscar um nível adequado de risco para a carteira. A vantagem dos ativos no exterior é a possibilidade de encontrar um nível mais interessante de descorrelação com os demais ativos domésticos.  “A saída é diversificar com fundos de investimentos no exterior, buscando setores ou regiões pouco representadas no Brasil”, comentou.

E citou como exemplo, o mercado de títulos privados nos EUA, que representa US$ 48 trilhões, enquanto no Brasil, esse mesmo mercado tem US$ 520 bilhões em ativos – ou seja, o mercado doméstico tem pouco mais de 10% dos ativos de seu correspondente nos EUA. Falou ainda de setores, como por exemplo, de biotecnologia, que praticamente inexistem na Bolsa brasileira, e que lá fora apresenta diversas opções para a diversificação.

Rafael Daher, Passive Investments Specialist da DWS, resgatou a Teoria de Markowitz, que há mais de 70 anos mostrou os benefícios da diversificação, para defender as vantagens da alocação no exterior. E disse que, ao escolher entre dois portfólios com a mesma projeção de retorno, a opção deve recair para aquele com menor nível de risco. O gestor apresentou uma carteira hipotética e promoveu diversas simulações com a incorporação de percentuais de alocação no exterior, tanto de renda variável quanto de renda fixa.

Ele mostrou que a introdução de até 20% de ativos no exterior, nos últimos 11 anos, considerando o índice MSCI World, promoveria um significativo aumento do retorno. Já a introdução de ativos de renda fixa internacional, com os mesmos 20%, produziria um nível de retorno um pouco menor que a renda variável. Porém, o nível de risco da carteira com a presença da renda fixa, teria uma significativa redução. “Quando adicionamos a renda fixa, verificamos uma melhora significativa para a métrica de risco”, mostrou.

O gestor da DWS abordou ainda os benefícios da exposição cambial em outras moedas. “Quando ocorre um estresse na Bolsa doméstica, em geral, o dólar costuma mostrar um comportamento contrário”, lembrou. Por tudo isso, o especialista defendeu que é necessário estudar a alocação em ativos internacionais, inclusive com a aquisição de ativos de renda fixa de outros mercados globais.

Patrocínio – O 11º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC contou com o apoio de grandes parceiros, cujas soluções e principais canais de contato podem ser conferidos nesta página especial. O evento tem o Patrocínio Black da XP Investimentos. Patrocínio Ouro: Aditus, AZ Quest, BBDTVM, Black Rock, BNP Paribas, Bradesco Asset Management, BTG Asset, BTG Pactual, Captalys, Claritas, DWS, Itajubá, JP Morgan, Kadima, MAG, Perfin, S&P Dow Jones, Schroders, Sparta, Spectra, Tag Investimentos e Vinci Partners. Patrocínio Prata: Aviva Investors e Trígono Capital. Patrocínio Bronze: ARX Investimentos, Carbyne Investimentos, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Stepstone e Sul América Investimentos. Apoio: Fram Capital, Lis Capital, Pátria, RBR, SPX Capital e Trigger.

O evento contou ainda com uma importante novidade: a realização de duas Rodadas de Negócios, nas quais ocorreram 29 pitches de oportunidades para as EFPCs. Nessas rodadas, dezenas de especialistas apresentaram insights sobre as oportunidades em cada classe de ativos.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp, com o apoio institucional de UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta.

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