Seminário de Investimentos: Fundações reforçam foco no casamento de ativo com passivo para definir asset allocation

Realizado pela Abrapp nos dias 28 e 29 de maio em São Paulo, o 14º Seminário de Investimentos nas EFPC promoveu o debate sobre o asset allocation das entidades fechadas de previdência complementar (EFPC). O tema foi abordado no painel intitulado “Allocation e Risco Agregado: Aderência ao Passivo dos Planos” que contou com mediação de Rodrigo Pereira Almeida, membro da Comissão Técnica Centro-Norte de Investimentos da Abrapp.

“Nosso negócio é pagar benefícios, por isso, o risco é mais importante que os ativos, ou seja, temos de casar os ativos com os passivos”, disse Rodrigo. Ele lembrou que as entidades fechadas administram diversos tipos de planos, sejam de benefício definido (BD), contribuição definida (CD) ou contribuição variável (CV), alguns já estão saldados e outros não. Para cada tipo de plano e de sua fase de maturidade é necessário buscar uma alocação adequada para cumprir os compromissos no prazo correto.

Daniel Gonçalves Pereira, Gerente de Macroalocação da Vivest, detalhou ainda mais a especificidade dos tipos de planos das EFPC. Explicou que há planos do tipo BD ou CD em fases de acumulação ou de desacumulação. Em um cenário de juros altos domésticos, é necessário buscar as alocações mais precisas para alcançar os melhores resultados. “Nosso foco é o casamento mais próximo com o passivo. Temos de buscar as melhores estratégias, que são diferentes em se tratando de planos maduros ou aqueles em fase de acumulação”, disse. 

O Gerente da Vivest explicou que a alocação em um plano maduro deve concentrar o foco na minimização do risco, garantindo o retorno mínimo necessário. “Não estamos aqui para explodir em rentabilidade. Neste caso, o risco importa muito e a oscilação ao longo dos meses nos traz preocupação de incidência de déficits”, comentou Daniel. No caso de planos BD maduros, as fundações estão recorrendo às aquisições de NTN-Bs com carteiras marcadas na curva para redução de risco de déficits.

Ele explicou também outros tipos de planos em diferentes fases. Em geral, os planos CD trazem uma preocupação maior com a liquidez. Mesmo em fase de acumulação, o plano de contribuição definida deve se preocupar com a liquidez em casos de resgates em movimentos de desligamento de participantes. Se for o plano CD maduro, a liquidez é ponto crucial, com a preocupação adicional para que não ocorra transferência de riqueza entre os participantes. 

Daniel Gonçalves ainda falou sobre as estratégias que mantém maior parcela dos ativos imunizados para pagar os benefícios e compromissos, e outra pequena parcela com maior risco, para geração de alfa. 

IPCA mais 8% – Quando as NTN-Bs estão pagando prêmios de até 8% ao ano mais IPCA e a Selic a 14,75% ao ano, como falar em necessidade de diversificação para as entidades fechadas? Esta é a questão que foi apresentada para Marcel Andrade, Superintendente de Investment Solutions ao início de sua participação no painel. Ele admitiu a dificuldade de defender a busca de maiores retornos além dos títulos públicos, mas mostrou também, que em momentos de crise, os investidores acabam deixando de lado oportunidades de ganhos expressivos.   

Isso aconteceu, por exemplo, com a crise de Americanas, no início de 2023. Muitos investidores ficaram longe dos ativos de crédito privado naquele momento e nos meses seguintes. Com isso, deixaram de surfar nos ganhos da abertura dos spreads dos ativos de crédito. “Em momentos de crise como vivemos agora, perdemos oportunidades importantes de ganho”, disse Marcel. 

Outro exemplo comentado pelo executivo da SulAmérica foi a aversão à renda variável por parte das EFPC no final do ano passado. Hoje vemos o Ibovespa subindo 15% e small caps, ganhando 26% no ano. Ele convidou os gestores a fugirem das “verdades absolutas” para que não ocorram perdas de oportunidades no asset allocation. 

O 14º Seminário de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Black: XP Investimentos. Patrocínio Ouro: ASA, AZ Quest, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Asset Management, Brunel Partners, Fram Capital, HSI, Itajubá Investimentos, Mirae Asset, Sparta, SulAmérica Investimentos, Tarpon, Tivio Capital, Trígono Capital, Vinci Compass. Patrocínio Prata: 4UM Investimentos, Aberdeen Investments, BB Asset, Icatu Vanguarda. Patrocínio Bronze: Aditus, ARX Investimentos, Augme Capital, Consepro AI, Constância Investimentos, DWS, Galapagos Capital, HMC Capital, Investo, Itaú Asset Management, Novus Capital, Opportunity, Porto Asset, Real Investor, RJI Investimentos, Safra, Santander Asset Management, Teva Indices, V8 Capital. Apoio: Bahia Asset Management, BRZ Investimentos, MAPFRE Investimentos, Pátria Investimentos.

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