O segundo dia do 14º Seminário de Investimentos nas EFPC promoveu o debate em torno do mercado de crédito privado e a análise dos gestores quanto ao momento atual e suas perspectivas. O painel “Estratégias de crédito privado: oportunidades para as EFPC” contou com a mediação de Admilson Stodulski, Coordenador Suplente da Comissão Técnica Sul de Investimentos da Abrapp, além de apresentações de gestores da Bradesco Asset, Trígono Capital e Sparta.
“O crédito privado é um importante segmento para a diversificação de nossas carteiras. Este painel tem a função de fortalecer nosso conhecimento para incluir esses ativos com maior segurança em nossos portfólios”, comentou Admilson na abertura do painel.
Victor Tofolo, Head de Crédito da Bradesco Asset, apresentou dados que mostram o crescimento expressivo do segmento de crédito corporativo dentro do mercado de capitais. É um mercado que acumula R$ 2,1 trilhões em ativos. A indústria de assets captou R$ 305 bilhões em ativos de crédito privado e distribuiu R$ 250 bilhões. O segmento registra em 2025 um momento de fechamento de taxas que está levando os gestores e investidores a adotarem uma postura mais cautelosa.
O gestor revela que a Bradesco Asset está começando a olhar para os papeis single A para possivelmente incluí-los nas carteiras daqui a 6 ou 12 meses. Tradicionalmente, a asset vinha trabalhando apenas com papeis triplo A, priorizando a maior qualidade dos ativos. Porém, a estratégia pode mudar para ser ampliada para outros tipos de ativos de maior risco. A asset do Bradesco deve adotar uma gestão mais ativa no crédito privado daqui alguns meses.
Ele alertou ainda para a maior participação do BNDES no mercado de debêntures incentivadas. O aumento do interesse do BNDES, diz Victor Tofolo, gera uma preocupação com a precificação correta dos papeis. “Acaba atrapalhando a precificação correta do mercado de debêntures incentivadas. É um ponto de cautela quando falamos do cenário”, comentou.
Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, concentrou sua apresentação em três fatores que considera centrais na gestão de ativos de crédito. São eles: o spread de crédito, a liquidez e a separação dos riscos de crédito e de mercado. No primeiro ponto, destacou que os spreads estão fechando e que há uma divergência do mercado. “Os spreads deveriam estar abrindo, mas não é o que está acontecendo”, disse. Isso porque existe uma fuga dos ativos de maior risco com a consequente migração para títulos públicos e papeis high grade.
O segundo ponto tem a liquidez como fator estratégico. Em uma carteira bem diversificada, há a possibilidade de maior controle do risco de inadimplência na média. É importante manter a capacidade de aproveitar momentos de distorção. E o último ponto diz respeito à diferenciação dos riscos. “Antigamente não tínhamos opção. Hoje temos bons instrumentos para fazer isso”, comentou. Ele citou como exemplo o uso de derivativos para aproveitar oportunidades.
Crédito Latam – Marcelo Peixoto, Gestor de Crédito Privado da Trígono, apresentou as vantagens de se investir nos bonds corporativos latino-americanos, que tem registrado performance importante nos últimos 10 anos, perdendo apenas para a Bolsa americana.
Mais importante que retorno , ele citou características de bonds, que ajudariam a diversificar o risco das carteiras dos investidores domésticos. Analisando a matriz de correlação, mostrou a vantagem do crédito privado Latam, para a diversificação de riscos e de moeda. O gestor recomendou o crédito de empresas latinoamericanas em dólar que oferece oportunidades positivas de retorno, além da redução do risco.
Ele mostrou que os bonds de mercados emergentes representam US$ 2,5 trilhões em ativos e que a América Latina representa 25% desse mercado. Outro ponto positivo é a alta liquidez desse segmento, que US$ 3 bilhões diários negociados. E o mercado Latam representa 70% das negociações de bonds de mercados emergentes.
O 14º Seminário de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Black: XP Investimentos. Patrocínio Ouro: ASA, AZ Quest, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Asset Management, Brunel Partners, Fram Capital, HSI, Itajubá Investimentos, Mirae Asset, Sparta, SulAmérica Investimentos, Tarpon, Tivio Capital, Trígono Capital, Vinci Compass. Patrocínio Prata: 4UM Investimentos, Aberdeen Investments, BB Asset, Icatu Vanguarda. Patrocínio Bronze: Aditus, ARX Investimentos, Augme Capital, Consepro AI, Constância Investimentos, DWS, Galapagos Capital, HMC Capital, Investo, Itaú Asset Management, Novus Capital, Opportunity, Porto Asset, Real Investor, RJI Investimentos, Safra, Santander Asset Management, Teva Indices, V8 Capital. Apoio: Bahia Asset Management, BRZ Investimentos, MAPFRE Investimentos, Pátria Investimentos.