Seminário Gestão de Investimentos destaca estratégias de gerenciamento de riscos e maximização de retornos

A alocação de ativos das carteiras de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) nem sempre é um exercício isento de ambiguidades, com diversos fatores podendo influenciar a construção de um portfólio. Para esclarecer esses pontos, o 13º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC discutiu o tema “Equilíbrio estratégico: Gerenciando riscos e maximizando retornos com asset allocation”.

O moderador do painel, Claudio Gonçalves, Diretor de Investimentos da Previ, explicou que, nos últimos seis meses da renda fixa, se falava em corte das taxas de juros nos Estados Unidos. Mas a inflação acima do esperado mudou essa perspectiva, afetando também o Brasil, com o Banco Central segurando novos cortes. 

Para explicar como navegar no universo de renda fixa diante desse contexto, Fabiano Penna Zimmermann, Head de Renda Fixa da Asa, explicou como se faz a maximização de riscos versus retorno com operações de arbitragem nessa classe de ativos, para ir além do retorno em NTN-B. 

Uma das estratégias para essa maximização é a de convexidade, que tem o objetivo de capturar distorções nas curvas de juros e inflação e identificar desvios temporários na relação entre as taxas de diferentes prazos.

Ele também falou sobre a estratégia de valor relativo, que considera o diferencial entre juros reais e inflação implícita, ou seja, precificação pelos títulos de renda fixa. “No período de contração monetária, os juros reais precisam estar acima da inflação”, disse.

Zimmermann explicou que a estratégia de arbitragem é muito dedicada a fundos multimercado, investimento que Gustavo Baltar, Head de Multimercado Macro da Santander Asset, destacou que tem como principal aliado o longo prazo.

“Esses fundos realizam operações em diversos mercados, possibilitando esse acesso e usando a flexibilidade que a classe de ativos nos traz para montar estratégias dentro e fora do Brasil, compradas, vendidas, com arbitragem, etc.”, disse.

Uma das estratégias dos fundos multimercados é a macro, disse Baltar, mas com ajustes de características táticas, pois o macro demora muito para mudar. “Montamos teses buscando identificar os riscos para ter pontos e contrapontos; mas além disso, precisamos entender que os máximos locais nem sempre são os globais. Precisamos carregar valor relativo, proteções ou macro e entender os momentos e as formas de correr risco”.

Outra maneira de melhorar resultados no portfolio é por meio da construção de modelos de asset allocation, disse Marcel Andrade, Head de Investment Solutions da SulAmerica Investimentos. “Ficamos muito preocupados em saber qual o melhor ativo, gestor ou fundo, quando na verdade é estar ou não alocado em determinada classe que entrega o resultado”, pontuou.

Segundo ele, no médio e longo prazo, a diversificação entrega resultados interessantes, e o que importa é fazer a conjunção de gestão ativa e passiva, aliando a visão estratégicas à tática, com rebalanceamento da carteira sempre que for necessário.

“O Brasil tem liquidez, mas estar líquido não necessariamente significa estar ‘em caixa’. É possível ter alocação passiva e superar benchmarks, fazendo também a alocação ativa”, disse Andrade, explicando ainda que é preciso fazer um gerenciamento de risco prévio, analisando a preservação do capital, geração de riqueza, disponibilidade e necessidade em tomar risco ao montar uma estratégia.

O moderador Claudio Gonçalves ressaltou que, independente da estratégia, é de extrema importância fornecer educação financeira e previdenciária no Brasil como um todo para que as pessoas consigam tomar a decisão de investimentos com relação ao nível de risco que querem ficar expostas.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. O evento conta com patrocínio Black: S&P Dow Jones, XP. Ouro: ASA, AZ Quest, BNP Paribas, Bradesco Asset, Carbyne Investimentos, Fator Soluções, Franklin Templeton, Galapagos Capital, HMC, Inter, Investo, Itajubá Investimentos, Perfin, Rio Bravo, Santander, Sparta, Sulamérica Investimentos, TAG Investimentos, Tarpon, Trigono Capital, Vinci Partners. Prata: BB Asset, Novus Capital, Porto Asset. Bronze: Aditus, ARX Investimentos, XTrackers, Itaú Asset, RJI Investimentos, V8 Capital, Safra. Apoio: Apoena, Bahia Asset, HSI, IAP – Itajubá Previdência, Marsche, Método, Pátria Investimentos.

Shares
Share This
Rolar para cima