Superintendente Geral da Abrapp realiza apresentação em painel sobre private equity no Insper

O Superintendente Geral da Abrapp, Devanir Silva, participou do painel do curso de Private Equity e Venture Capital do programa executivo do Insper nesta terça-feira (16/04), em São Paulo. A moderação do painel foi de Arlete Nese, Especialista da UniAbrapp, que coordena o curso junto com a professora Andrea Minardi. Na mesma aula, aconteceram também as apresentações dos gestores Dennis Kac, da Brainvest, e Guilherme Souza, da HMC. 

O  painel teve o objetivo de promover o debate sobre o cenário atual dos investimentos em private equity e venture capital e suas perspectivas. Devanir Silva apresentou um levantamento com o histórico da Previdência Complementar no Brasil e um perfil do sistema, com o número de entidades, participantes e empresas patrocinadoras, destacando os mais de R$ 90 bilhões anuais pagos em benefícios aos assistidos. Ele também mostrou estatísticas que apontam para a predominância de planos de contribuição definida (CD) e contribuição variável (CV), embora em termos de patrimônio, 58% ainda estejam concentrados em planos de benefício definido (BD).

O Superintendente Geral mostrou ainda os dados sobre a carteira das entidades de previdência, com concentração de 79% em renda fixa; 12,3%, em renda variável; 3,1% em imóveis; 2,1% em operações com participantes; 1,4%, em estruturados; e 1,2% em outros. 

“Procurei mostrar que alguns paradigmas são rompidos em um contexto chamado ‘BANI”, que indica os desafios de um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível, que tem efeito significativo para a gestão dos investimentos”, disse Devanir. Ele destacou também o modelo da Previdência Complementar Fechado no Brasil que está focado na entrega do benefício, com ênfase no capitalismo social. A apresentação ressaltou ainda a necessidade de aumento de escala, desenvolvimento tecnológico, agilidade, simplificação de produtos em um cenário de novas relações de trabalho e de valorização da relação com o cliente. 

“Nosso caminho está pavimentado com novos modelos de produtos como o PrevSonho, plano família, e instituído corporativo. Também destaquei avanços positivos na legislação dos setor como a nova regra de escolha da tabela do IR ao final do período de acumulação, a inscrição automática, entre outros”, comentou.

Em relação aos private equities, as entidades mostram uma tendência de redução dos aportes em novos fundos. Hoje a concentração em FIPs (fundos de investimentos em participações) alcança menos de 1% do patrimônio total do segmento. A redução das aplicações nesta modalidade deve-se a algumas poucas experiências negativas do passado, mas que não se justifica que continuem afetando o setor. “É um produto que precisa ser ressignificado e que exige uma qualificação dos próprios auditores para que possam realizar o acompanhamento adequado na fiscalização”, indicou Devanir. 

Boas práticas – O Superintendente da Abrapp lembrou que a associação produziu um manual de boas práticas de investimentos em FIPs, que foi coordenado pela própria Arlete Nese. Ele destacou também a parceria entre a Abrapp e a Abvcap – Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity, que tem o objetivo de revitalizar a participação das entidades de previdência com aplicações no setor. 

Foi destacada também a expectativa de mudanças na regulação dos investimentos com o objetivo de promover a retomada dos investimentos das entidades em private equity. “A Resolução CMN 4.994/2022 deve ter alterações. Esperamos mudanças positivas no que se refere ao private equity”, comentou Devanir. Como investidores de longo prazo e com a tendência de queda das taxas de juros, faz sentido que as entidades de previdência voltem a investir na economia real através dos fundos de participações e de infraestrutura. 

Foi abordada a importância da definição de políticas de investimentos que levem em conta o controle de risco e o casamento com as necessidades do passivo, com a priorização de um processo rigoroso de escolha de gestores. Além disso, é fundamental realizar um monitoramento dos investimentos já realizados, através da análise dos relatórios de aderência, dos mecanismos de saída e da diligência na venda de cotas. E quando há algum tipo de litígio, a força do coletivo torna-se imprescindível, tendo a Abrapp exercido esse papel de aglutinador das demandas das associadas. 

Por fim, Devanir Silva destacou a importância à aderência aos aspectos ASG (ambientais, sociais e de governança) dos investimentos em private equity e demais modalidades. 

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