TalkPrev: Palestra aborda benefícios do planejamento financeiro a partir da previdência complementar

A importância do planejamento previdenciário, estratégias, regulamentos e ferramentas essenciais para garantir um futuro financeiro estável foram tópicos abordados no TalkPrev desta quarta-feira, 4 de dezembro, com o tema “Previdência: nas mãos de quem está o seu futuro financeiro?”. 

O webinar foi uma iniciativa da Comissão Técnica Leste de Estratégias e Criação de Valor da Abrapp, composta por representantes das entidades Agros, Derminas, Forluz, Fundação Libertas, Mais Previdência, Prevcom-MG e Previdência Usiminas. O encontro possui o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta.

Na abertura do evento, o Diretor-Presidente da Abrapp, Jarbas Antonio de Biagi, destacou a importância da previdência complementar fechada como um produto essencial para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar social. Ele enfatizou que a força do segmento está no trabalho coletivo e na atuação das comissões, que promovem a governança e disseminam conhecimento. 

Biagi ressaltou a relevância de expandir o diálogo com a sociedade para aumentar a compreensão e adesão à previdência complementar. “Nosso segmento é respeitado, eu tenho falado em todos os fóruns do Brasil e até em fóruns internacionais”, disse. Citando exemplos internacionais, como a discussão sobre microprevidência no G20, ele apontou o tema como uma questão mundial que exige esforços diante de um cenário de aumento da longevidade.

Ele incentivou as entidades a continuarem fomentando debates e apresentando demandas, pois acredita que isso reforça o papel da Abrapp como promotora de um produto socialmente valioso. 

Nesse sentido, as associadas membros da CT Leste da Abrapp promovem a iniciativa do TalkPrev para fomentar discussões transformadoras sobre previdência e finanças, e desta vez a temática englobou tanto ajustes individuais, como aumentar contribuições para a previdência, quanto impactos mais amplos, como influenciar positivamente familiares e a sociedade, conforme explicou Ludmila Benevides, da Fundação Libertas. 

“A gente está fomentando todo o tempo o tema para que a gente consiga ter um amanhã melhor, um futuro de fato melhor”, disse. E para explorar essa questão, Sara Marques, especialista em Finanças e Previdência, compartilhou sua experiência de mais de 13 anos em consultoria e educação financeira. 

A especialista fez uma análise aprofundada sobre a importância do planejamento previdenciário, destacando estratégias, regulamentos e ferramentas essenciais para garantir um futuro financeiro estável. Sara iniciou ressaltando que o controle do futuro financeiro depende de cada um, exigindo que a aposentadoria entre nos projetos de vida. “A sociedade brasileira não é ensinada a planejar a aposentadoria, ou até mesmo planejar as finanças”, disse. “Focar no longo prazo nos permite ter tempo suficiente para ajustar nossa trajetória”, afirmou. 

Segundo ela, o planejamento financeiro deve considerar custos de vida essenciais, comodidades, e uma reserva de emergência, com cada “caixinha” ajustada às necessidades e prioridades individuais.

Previdência como oportunidade – Um dos principais pontos levantados foi a necessidade de entender a previdência como uma oportunidade e não um risco, desde que haja planejamento antecipado. Sara destacou a importância de aproveitar os incentivos oferecidos pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), como as contribuições de patrocinadoras. “Aproveite o percentual máximo que a sua patrocinadora oferece quando a gente fala de contribuição”, disse.

Em contrapartida, ela explica que muitas pessoas ficam mais focadas nos riscos dos investimentos do que nas vantagens. Sara destacou que as EFPC buscam consistência em seus retornos, com decisões tomadas por profissionais capacitados. “A diversificação de investimentos e a gestão profissional mitigam riscos e maximizam o potencial de retorno, garantindo que o participante tenha segurança e estabilidade a longo prazo”, afirmou. 

Ao tratar de diversificação de investimentos, ela aponta que os gestores são capacitados para ter atenção aos riscos e à consistência de rentabilidade. “As entidades têm uma política de investimentos para seguir, a qual é aprovada anualmente e enviada para prever que segue limites de alocação, de risco e até mesmo algumas restrições”, ressaltou.

Ela também abordou os desafios relacionados ao uso do INSS como principal fonte de renda na aposentadoria, alertando que esse é um modelo mutualista que não permite um planejamento financeiro individualizado. Por isso a previdência complementar se torna importante, pois oferece ao participante seu próprio saldo de contas, sendo o verdadeiro dono da sua previdência.

Sara também discutiu os benefícios fiscais das contribuições, permitindo deduções de até 12% no cálculo do imposto de renda, o que pode aliviar o impacto financeiro de quem opta por aumentar suas contribuições.

Regulação – Sara detalhou que os fundos de pensão no Brasil são regulamentados e que há resoluções que determinam limites para os investimentos desses planos. “Esses limites garantem a segurança do plano e ajudam a mitigar riscos, promovendo uma aposentadoria sustentável a longo prazo”, pontuou. 

Além disso, a governança e a transparência foram destacadas como pilares fundamentais. “A Previc exige não apenas relatórios anuais, mas também monitoramentos contínuos, o que assegura uma gestão ética e eficiente dos fundos de pensão”, reforçou. 

Planejamento – Outro ponto de destaque foi o uso de simuladores para planejamento previdenciário, uma ferramenta essencial para tangibilizar qual o esforço contributivo necessário para que o participante receba o benefício desejado no momento da aposentadoria.

“Simular é essencial para compreender o impacto do custo de vida e da inflação ao longo do tempo. Os gastos aos 30 ou 40 anos serão muito diferentes daqueles aos 70 ou 80, especialmente com despesas como plano de saúde, que tendem a aumentar com a idade”, alertou. Sara reforçou a importância de preservar o saldo principal das contas previdenciárias, utilizando apenas os rendimentos para manter a sustentabilidade do plano. “Planejar é sobre preservar o saldo de contas para que ele dure o máximo possível e ofereça qualidade de vida por toda a aposentadoria”, explicou.

Sara também abordou os riscos associados aos saques parciais de recursos previdenciários, alertando que decisões impulsivas, como quitar dívidas ou comprar bens de consumo, podem comprometer a aposentadoria. “A prioridade da previdência é garantir qualidade de vida a longo prazo. Decisões no curto prazo, como resgatar recursos, podem acarretar perdas significativas, incluindo a contribuição patronal em alguns casos”, destacou. 

Ela ainda explicou que, dependendo do valor sacado, há implicações fiscais, como impostos que podem reduzir ainda mais os benefícios acumulados. A especialista alerta que é preciso entender as regras de cada plano para evitar prejuízos e assegurar que as contribuições sejam aproveitadas ao máximo.

Sara convidou o público a refletir sobre quem realmente está no controle do futuro financeiro de cada um. “Planejar, simular e tomar decisões conscientes sobre previdência são passos fundamentais para que seu futuro esteja em suas mãos”, concluiu.

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