CTs de Planos Previdenciários e de Tecnologia e Inovação buscam atendimento das necessidades das EFPC

Elayne Cachen

Em um trabalho de mapear e buscar soluções para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), as Comissões Técnicas de Planos Previdenciários e de Inovação e Tecnologia encontraram uma sinergia. Coordenadas por Elayne Cachen, Assessora Executiva de Previdência e Inovação da Fundação Ceres, o objetivo das comissões está em atender as necessidades das entidades no que diz respeito a ferramentas para promover melhorias no atendimento aos participantes. “A integração entre as Comissões ocorre pelas demandas semelhantes. Inovação e Tecnologia é alimentada pelas necessidades da área de Seguridade das entidades. É um meio de atendermos a nossa missão de forma eficiente”, diz Elayne em entrevista ao Blog Abrapp em Foco.

A CT de Planos Previdenciários tem como Diretor responsável Alexandre Araújo de Moraes e atuou no ano passado discutindo temas relativos à terceirização de risco, adequação à Resolução nº 32 do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), e à Instrução Normativa Previc nº 34, além de abordar também o processo de portabilidade de planos.

Elayne Cachen explica que em 2020 foi realizada uma pesquisa sobre as demandas das EFPC acerca da terceirização de risco, e foram mapeados os produtos que o mercado disponibiliza para as entidades nesse sentido. A partir desse trabalho, a CT deve realizar um estudo de viabilidade técnica para verificar a possibilidade de ser criada uma câmara de compensação de seguros para todo o segmento. “Isso seria uma forma de diluir o risco e reduzir o custo desses benefícios. Por isso, foi considerada a ideia de criar uma câmara que contemple as massas das entidades”, explica Elayne. Em reunião realizada já em janeiro de 2021, o assunto foi abordado novamente e esse trabalho terá continuidade ao longo do ano.

Regulação – Duas resoluções estiveram na pauta da Comissão em 2020. Foram elas a Resolução nº 32, que trata da comunicação com os participantes dos planos de benefícios; e a IN Previc nº 34, sobre prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. “Por envolver informações, avaliação de risco, cadastro e acompanhamento, a Instrução envolve a área de seguridade das entidades. Por isso, no final do ano passado fizemos um mapeamento e trocamos informações de como as EFPC deveriam proceder para aplicar a norma na prática” destaca Elayne.

Com o lançamento do ‘Guia de Implantação da Instrução Normativa Previc Nº 34/2020’, elaborado pelos membros da Comissão Técnica Sul de Governança e Riscos da Abrapp com o objetivo de colaborar com o trabalho dos responsáveis pela adequação das entidades à norma, Elayne acredita que ficará mais fácil de compreender como deve ser feita a implementação das regras. “O Guia traz um Checklist que deve ajudar muito a colocar a norma em prática”, diz.

A gestão de risco é mais um tema abordado pela comissão, que quer avaliar regras de solvência e proporção contributiva para auxiliar as entidades no diagnóstico de como a legislação está tratando esses tópicos e quais os empecilhos e dificuldades das EFPC, visando ainda propor mudanças que levem mais aderência das regras à realidade das EFPC.

Portabilidade – A agilidade nos processo de portabilidade de planos é outro foco de trabalho da CT, que visa facilitar a transferência de um saldo de contas do participante de uma entidade para outra. “Discutimos sobre esse processo e como poderíamos, pelo menos dentro das EFPC, torná-lo mais ágil”, explica Elayne. Assim, no ano passado a Comissão convidou Vanessa Dall Inha, da Quanta Previdência, para falar sobre as mudanças realizadas na entidade, incluindo uma ferramenta que facilitou a assinatura dos termos de portabilidade. “Esse é outro assunto que deve se desdobrar em 2021, tornando o processo de portabilidade mais rápido através de uma plataforma digital”.

Para este ano, os temas discutidos pela Comissão abordarão também o apoio para a cultura comercial das entidades para vendas de planos; ações junto a potenciais patrocinadores de planos; e parcerias visando o desenvolvimento de planos setoriais. “Isso deixa a Comissão conectada ao objetivo de cultura comercial traçado no planejamento estratégico da Abrapp” destaca Elayne.

Soluções digitais – Também será feito pela CT de Planos Previdenciários um mapeamento de soluções digitais para atender as necessidades relativas à prova de vida. “Com a interrupção do acesso ao Sistema de Controle de Óbitos – Sisobi, várias entidades ficaram sem alternativa para a identificação da prova de vida dos assistidos. Devido a essa demanda, queremos mapear possíveis soluções”, diz Elayne Cachen.

Buscando também suprir as EFPC com soluções digitais, a Comissão Técnica de Inovação e Tecnologia da Abrapp, cujo Diretor responsável é José Roberto Rodrigues Peres, vem fazendo desde o ano passado um mapeamento a respeito das demandas das fundações sobre o tema. “Identificamos necessidades a respeito de LGPD; gestão de assinaturas eletrônicas e digitais; sistemas de ERP das entidades; e uso da tecnologia para eficiência operacional e melhoria do ambiente produtivo. Em 2020, tivemos a presença de Claudia Janesko, Superintendente Executiva da Conecta, para tratar desse mapeamento, fazendo um diagnóstico do sistema nesses assuntos”, destaca Elayne.

A partir disso, a CT iniciou a elaboração de um Guia sobre transformação digital para as EFPC, com o objetivo de fornecer informações e subsídios sobre como as entidades poderiam ter mais eficiência operacional através da tecnologia. “Começamos a desenhar os assuntos que serão abordados no Guia, pois falamos muito sobre transformação digital, e existem vários cursos sobre o tema, mas como fazer isso nas entidades? Temos características próximas e precisamos fazer uma transformação nesse ambiente”, diz Elayne.

Para ela, a transformação digital abre também caminho para cultura comercial e eficiência do legado a partir de soluções como a transformação da documentação em papel para digital; identificação de plataformas digitais; aplicativos e demais soluções. O Guia será lançado este ano, ainda sem data prevista. A partir do tema de transformação digital, a Comissão realizará webinars e eventos para esclarecer pontos e termos utilizados dentro desse universo.

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